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José Carlos Santos Peres
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A velha vela a tarde no agreste de pedras:
recortadas em céu prata aves rapinam
sombras, ratos e lagartos...
O horizonte é uma linha;
nela a mulher enforca sua angústia.
E vela.
A tarde não tem nada a ver com a velha
e com as aves:
a tarde sempre foi morta, a velha
que a deu de velar.
Azar o dela, fizesse como Murilo (*)
e soltasse pianos ao plano
que o horizonte apascentaria
do agreste seu olhar e as pedras.
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