O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), demitiu o tenente-coronel da Polícia Militar Rogerio Carbonari Calderari. O ex-PM foi condenado pela Justiça Militar por participar de uma rede que operava cassinos ilegalmente e tinha o apelido de “Las Vegas”, segundo as investigações. Calderari recebeu pena de treze anos e três meses e prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e participação em organização criminosa.
Segundo a investigação, há indícios de que os negócios eram ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). À Justiça, a defesa de Calderari questionou as provas que embasaram a condenação e também apontou suposta perseguição por parte de um colega do ex-tenente-coronel.
Os desembargadores militares declararam Calderari indigno para desempenhar a função na polícia, decretando a perda de seu posto e patente. “A decisão transitada em julgado dá conta de que o representado praticou condutas gravíssimas, ignorando a deontologia e infringindo valores fundamentais determinantes da moral policial-militar”, afirma o relator do caso, Orlando Eduardo Geraldi.
As investigações dão conta que Las Vegas e outros oficiais, junto a seis civis, mantiveram, de 2012 a janeiro de 2018, casas de jogos ilegais na capital paulista. Ainda conforme o apurado, os membros da organização criminosa usavam armas de fogo e munições irregulares, apesar de possuírem armamentos regulares por serem policiais militares. Era comum a prática de corrupção de agentes públicos, policiais civis e militares.
Calderari trabalhava na zona sul de São Paulo, onde havia casas de exploração de jogos de azar pertencentes à organização criminosa. Sua função, segundo a acusação, era evitar ações policiais nos locais e, caso não conseguisse, impedir que a investigação policial fosse adiante.(Do Estado de SP)