• 1424 Jornal A Bigorna 16/06/2024 10:00:00

    Montou fustigou Pégasus e desencarnou os sentidos

    Partiu entre as aspirais do ciclone florescente

    Completando a travessia à flor da metamorfose

    E foi clarão no eclipse.

     

    Vagou e girou pelo cosmos numa órbita analítica

    E transcendeu sendo alma, as fronteiras, os limites

    Que separam as dimensões, neófito, ainda discípulo.

     

    E deslizou entre as ondas percorrendo os oceanos

    E levitou como um mago no dorso equino alado

    E ecoou como um cântico.

     

    Derramou-se quando água, estendeu-se quando terra

    E quando ar se fez brisa

    Tragou na viagem astral o seu aspecto lógico

    E se encheu de encantos, e explodiu num relâmpago.

     

    Permaneceu, avançou e retrocedeu nos séculos

    Oscilando como pêndulos nos epílogos das épocas 

    E desvendou os segredos que unem as existências

    E mistificam a corrente: elo morte, elo vida...

    Essa alternação perfeita que divide em capítulos

    O abstrato e o concreto com um poder infinito.

     

    Decifrou os hieróglifos delirando em absintos

    E na razão gradativa viu as normas geométricas

    Regendo o universo forjando almas e espíritos.

     

    E entendeu as mensagens pregadas pelos apóstolos

    Compreendeu os enigmas daqueles velhos profetas

    E não foi mais expressão, outra vez se fez semente

    Que germinou e esqueceu para que fosse cumprida

    Não a vontade dos homens, mas, os desígnios de DEUS.

     

     

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    Maurício de Barros

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