• Santa Casa de Lisboa deve R$ 200 mil ao PCC, diz jornal português

    718 Jornal A Bigorna 14/06/2024 20:20:00

    A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, operadora de loterias e bancas de aposta em Portugal, deve cerca de R$ 200 mil ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil. A informação foi revelada pela imprensa portuguesa após documentos internos revelarem a “dívida decorrente da operação em São Paulo”.

    Segundo o jornal português Expresso e a revista Piauí, diretores da Santa Casa foram confrontados sobre a necessidade de se resolver a dívida com o grupo criminoso. Um representante da Santa Casa teria pedido para um funcionário no Brasil registrar em e-mail o problema, para que chegasse ao topo da cadeia de comando em Lisboa, mas o pedido não foi pra frente.

    De acordo com a reportagem, desde fevereiro de 2021 a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tentava ganhar a licitação para conceder à iniciativa privada a operação da loteria estadual paulista. A Santa Casa chegou a estimar uma receita bruta anual de R$ 2 bilhões, segundo a Piauí, caso fosse contratada em São Paulo sob regime de exclusividade.

    Apesar disso, meses depois, o Tribunal de Contas suspendeu a licitação após identificar falhas que atrapalham a concorrência que, mais tarde, foi cancelada pelo governo de São Paulo. Posteriormente, as operações da Santa Casa no Brasil se restringiram ao Santa Casa Capitalização, um título de capitalização em São Paulo muito menos rentável que o projeto inicial da loteria. Seria dessa operação a origem da dívida de R$ 200 mil revelada por Expresso e Piauí.

    O Expresso ainda cita uma auditoria interna sobre as atividades da Santa Casa Global, subsidiária criada para concentrar todos os investimentos internacionais da SCML, que não cita nenhuma dívida financeira com o PCC. Mesmo assim, a então gestora da operação no Rio, Ana Jorge, já teria denunciado ao Ministério Público português um conjunto de irregularidades.

    Ainda com a auditoria numa fase inicial, Ana Jorge teria enviado documentos para a Procuradoria-Geral da República, para o Tribunal de Contas e para a ministra do Trabalho e da Segurança Social, que tinha a tutela da Santa Casa, Ana Mendes Godinho.(Do Globo)

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