• Por que esquecemos boa parte dos sonhos e como lembrar deles?

    466 Jornal A Bigorna 18/02/2024 18:30:00

    Os sonhos são uma parte fundamental das nossas vidas. Muitas pessoas acreditam que eles são como um espelho da vida real que mostram nossa imagem de forma distorcida e em metáforas. Desde que o ser humano se entende como vivo, o olhar que as pessoas têm para os próprios sonhos é muito especial.

    E como eles são bastante intrigantes, eles são sempre objetos de estudo. Mas às vezes, as pessoas só querem se lembrar daquele sonho intenso ou ótimo que tiveram e não conseguem. Por que será que a memória não consegue guardar o que aconteceu no sonho?

    Segundo neurocientistas, se essas imagens foram embora sem deixar lembrança nenhuma, talvez elas não tenham impressionado a pessoa de forma tão significativa. Ou talvez a pessoa não se esforçou suficiente para que elas ficassem vivas na mente delas por um tempo maior.

    E a lembrança ou não de um sonho vai variar muito conforme o impacto que ele teve na pessoa. Por mais que algumas pessoas lembram mais dos sonhos do que outras, isso não quer dizer que as que não lembram não sonharam. Geralmente as pessoas costumam sonhar todas as noites, mas poucas se lembram.

    Outro ponto importante de ser ressaltado é que durante a noite as pessoas tem estágios de sono diferentes, o que gera consequentemente, tipos de sonhos diferentes.

    Os que acontecem na fase inicial do sono, a fase não-REM, tem a tendência de serem menos complexos do que os na fase REM, que é quando as ondas cerebrais se aceleram e chegam a uma atividade parecia à vista quando a pessoa está acordada.

    As pessoas podem ter sonhos todas as noites e em todas as fases do sono. No entanto, os que elas tendem a lembrar mais são os que acontecem na fase REM, principalmente mais perto de amanhecer. Isso porque eles são sonhos mais vívidos, que tem um teor mais real. Além disso, as histórias deles são mais complexas, cheias de cargas emocionais intensas. Enquanto que na fase não-REM eles são bem simples.

    “As imagens podem chegar a ser uma tela preta”, disse o neurocientista Sidarta Ribeiro. “Acredita-se que sejam sonhos com conteúdo mais primitivo”, completou Magda Lahorgue Nunes, do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).

    Os sonhos da fase não-REM não só menos intensos, como também menos “lembráveis”. Tanto que as coisas que acontecem durante ele as pessoas não se lembram, como no caso do sonambulismo.

    Como lembrar?

    Para que as lembranças dos sonhos fiquem na memória além do tempo do café da manhã existe uma técnica. Ela é um exercício de autossugestão antes de dormir, que é falar para si mesmo “vou sonhar, lembrar e relatar”.

     

    Essa técnica é bem eficiente para que existam vários relatos do sonho. Isso desde que a pessoa fique quieta na cama quando acordar e busque lembrar o sonho que teve.

    O esforço para se lembrar do sonho logo ao acordar pode ser uma forma efetiva de trazer as lembranças oníricas de volta. No entanto, existe um neurotransmissor que é determinante para o esquecimento dos sonhos que é a noradrenalia.

    Durante o sonho REM, os níveis da noradrenalina são quase zero. E ela é essencial para que as pessoas prestem atenção em alguma coisa. Por isso que quando alguém acorda e sai da cama, o influxo de noradrenalina vem para dar um reforço para a vigília e não para as experiências dos sonhos.

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