História contada em três poemas:
Mãe Natureza (Fuja ou Morra)
I
Vão se as árvores
Vão se os pássaros
Com eles o canto
Que encanta meu dia
Que amanhece
Sem mais motivo de alegria
Querem silenciar
As florestas
Com as imensas
Torres de tijolos
Com elas se vão os sonhos
De correr pelos campos
De respirar um ar puro
Transformando-nos em prisioneiros
Do concreto
E do trabalho
Tudo abstrato!
De ganhar um dinheiro
Que mal dá
Para o próprio sustento
Fruto do consumo
II
O pequeno cachorro que late
Em pedido de ajuda
Percebendo que os demais animais
Tristes estão, pela partida
De suas velhas casas
Que hoje derrubadas
E sem proteção, estão...
Para a construção do
Autoritarismo-terrorismo
E imperialismo imobiliário
Onde não querem aceitar
Folhas secas pelo chão
Preferem ver destruição
Empreendimento de milhão
Sendo assim, estão com a razão
III
Ó mãe natureza
Salve-se
Ó mãe natureza
Salve-se
Antes que amanheça
Salve-se!
Antes do dia clarear
Salve-se!
Aproveite a negra noite
Para esconder-se
Por entre os espaços
Desse vilão
Difusor da extinção
Salve-se...
Antes que seja tarde
Deixe-nos!
Pois continuamos
Sem saber o que fazer com a natureza...
Conclusão:
E depois ficou tudo tão escuro com a saída da mãe natureza que pude ver o poder da nossa ambição.
*Por Cleber Antonello – Janeiro de 2004.
Poetas do Século 21
Projeto Literário Malhar em Ferro Frio.