• Poema Mãe Natureza de Cleber Antonello

    1327 Jornal A Bigorna 25/06/2023 11:50:00

    História contada em três poemas:

     

    Mãe Natureza (Fuja ou Morra)

     

    I

    Vão se as árvores

    Vão se os pássaros

    Com eles o canto

    Que encanta meu dia

    Que amanhece

    Sem mais motivo de alegria

     

    Querem silenciar

    As florestas

    Com as imensas

    Torres de tijolos

    Com elas se vão os sonhos

    De correr pelos campos

     

    De respirar um ar puro

    Transformando-nos em prisioneiros

    Do concreto

    E do trabalho

    Tudo abstrato!

     

    De ganhar um dinheiro

    Que mal dá

    Para o próprio sustento

    Fruto do consumo

     

    II

    O pequeno cachorro que late

    Em pedido de ajuda

    Percebendo que os demais animais

    Tristes estão, pela partida

    De suas velhas casas

    Que hoje derrubadas

    E sem proteção, estão...

     

    Para a construção do

    Autoritarismo-terrorismo

    E imperialismo imobiliário

     

    Onde não querem aceitar

    Folhas secas pelo chão

    Preferem ver destruição

    Empreendimento de milhão

    Sendo assim, estão com a razão

     

    III

    Ó mãe natureza

    Salve-se

    Ó mãe natureza

    Salve-se

     

    Antes que amanheça

    Salve-se!

    Antes do dia clarear

    Salve-se!

    Aproveite a negra noite

    Para esconder-se

    Por entre os espaços

    Desse vilão

    Difusor da extinção

     

    Salve-se...

    Antes que seja tarde

    Deixe-nos!

    Pois continuamos

    Sem saber o que fazer com a natureza...

     

    Conclusão:

     

    E depois ficou tudo tão escuro com a saída da mãe natureza que pude ver o poder da nossa ambição.

     

    *Por Cleber Antonello – Janeiro de 2004.

    Poetas do Século 21

    Projeto Literário Malhar em Ferro Frio.

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