• Poema Iludidos Numa Noite Sombria

    1388 Jornal A Bigorna 23/07/2023 18:30:00

    Poema escrito para todos àqueles  que sofrem na adicção e drogado pendências e sofrem escravidão dos vícios.

     

     

    Poema Iludidos Numa Noite Sombria

     

    As mentes perversas

    Maquinam a favor do mal

     

    Olhos explodem

    Bocas ressecam

    Os corações disparados

    Rumando para os rios

    Dos pensamentos de angústias

     

    Torturas psicológicas

    Afligem nossos egos

    Enforcando os sonhos

    Restando somente o medo de viver

     

    Sentir frio

    Parece aconchegante

    Perto das trevas que nos encontramos

     

    Nada percebemos e aqui chegamos

    Parecia ser tão linda!

    Mas o que?

    Mudou de cor

    Mudou os caminhos

    Atropelou nossas vontades

     

    E estamos perdidos

    Num espaço infinito

    Das catástrofes

    E dos conflitos

    Não resolvidos

    Sem destino

    Nem perdão

     

    Onde esmurrar a cara de alguém

    Tem sentido pela dor que sentimos

     

    Pelo ofertado

    Sem escolha,

    tomamos sangue amargo

     

    Os nossos sangues

    Que derramado na mesa do inimigo

     

    Que encomendou nossas mortes

    Que seja lenta e dolorida

    Não tivemos escudos

    E cortaram nossas cabeças

     

    Que agora expostas aos mosquitos

    Ao ridículo

    Devolvam nossas almas

    O pacto tem que ser quebrado

     

    Continuam dores

    E unhas roídas

     

    Aquele sono não dormido

    A fome que não existe

     

    Tem que ser assim?!

     

    Somente pagaremos o preço do abuso

    Em busca dos conhecimentos

    Atrás das portas proibidas

    Que foram abertas

     

    Nada é desconhecido

    Nem o furor do rei

    Nos esmagando

    Como se fossemos baratas

    Sem valores e mais nada

     

    Não retomamos nossa consciência

    E continuamos pendurados pelos pés

    O laço esta se desfazendo

    E estamos caindo

     

    Fora esse abismo aí em baixo

    Só existe outro abismo

    E um mundo de escuridão

     

    Chorar não significa nada e tremer é fraqueza

     

    Os sangues escorridos pelas paredes

    É sinal de chacina

    Um assassinato dos nossos espíritos

    O sangue foi estancado por nossas bocas

    Vimos que não mais é vermelho

    Viver uma vida fantasma

    Sendo assombrada

    Por aberrações metafísicas

     

    Onde o único plano

    E nos esconder pelos esgotos

    Entre as merdas

    Do que fizemos à nossas vidas

     

    Sem caricatura

    É a dura realidade não tem escape

    Correr pelo túnel do desconhecido

    É correr um trajeto sinistro

     

    Cheio de armadilhas vorazes

    Onde os assassinos nos perseguem com as facas

    Afiadas nas pedras da covardia

     

    A ganância fortaleceu a doença

     

    E a lepra fez com que caíssem nossas orelhas

    Pedaços de carne não fazem mais parte de nós

    Não nos restam mais nada

    A não ser gritarmos

     

    “Tire essa estaca do meu coração!”

     

    Ela dói, está machucando

    Paremos diante do espelho

    E nos vimos mendigar o pão

    Cortes em minhas mãos

    Agulhadas debaixo das unhas

    Brasas em nossos pés

     

    Sem morte

    Preso a escravidão

    De idéias

    De vontades

    De atitudes não tomadas

     

    Como se fossem choques de mil volts

    Derretendo nossos cérebros

    Escorrendo pelas narinas

     

    Não mais veremos como antes

    Adormecidos na ignorância

    Das violências exageradas

    Causando náuseas

    E irritações

     

    Seremos sempre os lixos fabricados

    Pela sociedade podre e hipócrita

    Vivendo no mundo de ilusão

    Sem poder acordar desse pesadelo

    Numa noite de lua cheia sombria

    Enchendo nossas vidas de maldades.

     

    *Por Cleber Antonello – 22/01/2004

     

    #CleberAntonello #PoetasdoSeculo

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