Poema escrito para todos àqueles que sofrem na adicção e drogado pendências e sofrem escravidão dos vícios.
Poema Iludidos Numa Noite Sombria
As mentes perversas
Maquinam a favor do mal
Olhos explodem
Bocas ressecam
Os corações disparados
Rumando para os rios
Dos pensamentos de angústias
Torturas psicológicas
Afligem nossos egos
Enforcando os sonhos
Restando somente o medo de viver
Sentir frio
Parece aconchegante
Perto das trevas que nos encontramos
Nada percebemos e aqui chegamos
Parecia ser tão linda!
Mas o que?
Mudou de cor
Mudou os caminhos
Atropelou nossas vontades
E estamos perdidos
Num espaço infinito
Das catástrofes
E dos conflitos
Não resolvidos
Sem destino
Nem perdão
Onde esmurrar a cara de alguém
Tem sentido pela dor que sentimos
Pelo ofertado
Sem escolha,
tomamos sangue amargo
Os nossos sangues
Que derramado na mesa do inimigo
Que encomendou nossas mortes
Que seja lenta e dolorida
Não tivemos escudos
E cortaram nossas cabeças
Que agora expostas aos mosquitos
Ao ridículo
Devolvam nossas almas
O pacto tem que ser quebrado
Continuam dores
E unhas roídas
Aquele sono não dormido
A fome que não existe
Tem que ser assim?!
Somente pagaremos o preço do abuso
Em busca dos conhecimentos
Atrás das portas proibidas
Que foram abertas
Nada é desconhecido
Nem o furor do rei
Nos esmagando
Como se fossemos baratas
Sem valores e mais nada
Não retomamos nossa consciência
E continuamos pendurados pelos pés
O laço esta se desfazendo
E estamos caindo
Fora esse abismo aí em baixo
Só existe outro abismo
E um mundo de escuridão
Chorar não significa nada e tremer é fraqueza
Os sangues escorridos pelas paredes
É sinal de chacina
Um assassinato dos nossos espíritos
O sangue foi estancado por nossas bocas
Vimos que não mais é vermelho
Viver uma vida fantasma
Sendo assombrada
Por aberrações metafísicas
Onde o único plano
E nos esconder pelos esgotos
Entre as merdas
Do que fizemos à nossas vidas
Sem caricatura
É a dura realidade não tem escape
Correr pelo túnel do desconhecido
É correr um trajeto sinistro
Cheio de armadilhas vorazes
Onde os assassinos nos perseguem com as facas
Afiadas nas pedras da covardia
A ganância fortaleceu a doença
E a lepra fez com que caíssem nossas orelhas
Pedaços de carne não fazem mais parte de nós
Não nos restam mais nada
A não ser gritarmos
“Tire essa estaca do meu coração!”
Ela dói, está machucando
Paremos diante do espelho
E nos vimos mendigar o pão
Cortes em minhas mãos
Agulhadas debaixo das unhas
Brasas em nossos pés
Sem morte
Preso a escravidão
De idéias
De vontades
De atitudes não tomadas
Como se fossem choques de mil volts
Derretendo nossos cérebros
Escorrendo pelas narinas
Não mais veremos como antes
Adormecidos na ignorância
Das violências exageradas
Causando náuseas
E irritações
Seremos sempre os lixos fabricados
Pela sociedade podre e hipócrita
Vivendo no mundo de ilusão
Sem poder acordar desse pesadelo
Numa noite de lua cheia sombria
Enchendo nossas vidas de maldades.
*Por Cleber Antonello – 22/01/2004
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