• PM que jogou homem de ponte em SP vira réu por tentativa de homicídio

    74 Jornal A Bigorna 24/04/2025 07:00:00

    A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o policial militar filmado jogando um homem de uma ponte na Zona Sul da cidade no ano passado. Ele irá responder por tentativa de homicídio. Um vídeo registrou a abordagem policial.

    Imagens gravadas por uma testemunha flagraram o momento em que o soldado da PM Luan Felipe Alves Pereira ergueu e lançou um rapaz de 25 anos de uma ponte na Vila Clara. Procurada pela reportagem, a defesa do PM não se manifestou.

    No último dia 10, a 13ª Câmara de Direito Criminal Tribunal de Justiça de SP concedeu um habeas corpus para que o soldado responda ao processo em liberdade, desde que não exerça função pública e se mantenha pelo menos a 300 metros de distância da vítima.

    Tanto a Corregedoria da PM quanto a Polícia Civil investigaram o episódio. O Inquérito Policial-Militar (IPM) aberto pela Corregedoria foi finalizado em dezembro. Já o inquérito da Polícia Civil terminou no último dia 14.

    Ambos concluíram que, ao jogar o homem da ponte, o soldado cometeu o crime de tentativa de homicídio. Ele foi indiciado nos dois inquéritos.

    Altura de quase 4 metros

    Na denúncia aceita agora pela 2ª Vara do Júri da capital, o promotor de Justiça Vinicius França ressaltou que a vítima, chamada Marcelo Amaral, foi lançada sobre o parapeito de uma altura de quase quatro metros.

    O promotor acrescentou ainda que “o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa" da vítima e que ela só não morreu porque "caiu de joelhos e, por isso, não bateu nenhum órgão vital contra o solo”.

    Como foi a ocorrência

    Em depoimento à polícia, Marcelo Amaral afirmou que pilotava uma moto na Avenida Cupecê, quando freou o veículo. Ele contou que não estava em alta velocidade. Naquele momento, policiais começaram a correr em sua direção.

    O jovem, então, desceu da moto e começou a correr. Contudo, foi agredido com golpes de cassetete na cabeça e nas costas.

    Ainda no depoimento, Marcelo relatou que o policial militar o levou "pelo colarinho" até perto da ponte e deu a ele duas opções: saltar ou ser arremessado.

    Ele afirmou também que chegou a dizer que não era ladrão e que a moto não era roubada. Na sequência, o PM pegou sua perna e o jogou.

    Marcelo ainda contou à polícia que caiu no córrego, e pessoas em situação de rua que ficam embaixo da ponte disseram para ele que havia um caminho por onde podia fugir. Ele caiu de joelhos, e teve lesões na cabeça causadas por conta de golpes de cassetete, não pela queda.

    A vítima afirmou que encontrou um motorista desconhecido e ganhou carona até a UPA Santa Catarina.

    Marcelo também ressaltou que não sabe o motivo de ter sido agredido, e que os PMs nem pediram seus documentos ou não perguntaram seu nome, apenas saíram correndo atrás. Segundo o jovem, os policiais não estavam abordando ninguém e estavam parados na rua.

    O jovem relatou que não tem passagem pela polícia, trabalha como manobrista na região da Avenida Paulista e dos Jardins e que no dia estava sozinho.

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