• PF indicia 3 desembargadores, 2 juízes e advogados do Maranhão por venda de sentenças

    400 Jornal A Bigorna 10/02/2025 13:20:00

    A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação 18 Minutos, que investigou a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão, e indiciou 23 pessoas, entre desembargadores, juízes, advogados e servidores da Corte, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

    O relatório final da investigação, de 174 páginas, foi enviado no dia 6 de fevereiro ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), instância competente para julgar desembargadores. O relator é o ministro João Otávio de Noronha.

    Os desembargadores Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, Antônio Pacheco Guerreiro Junior e Luiz Gonzaga Almeida e os juízes Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa estão entre os indiciados.

    A PF apontou envolvimento dos magistrados em fraudes para a liberação de alvarás judiciais que resultaram no levantamento de quase R$ 18 milhões do Banco do Nordeste para o pagamento de honorários advocatícios. Eles teriam manipulado a distribuição de processos e feito cálculos de correção monetária injustificados, por exemplo.

    Os investigadores dividiram os indiciados em três núcleos: judicial, formado pelos magistrados e por seus auxiliares; causídico, formado por advogados que agiriam em conluio com juízes e desembargadores para conseguir as decisões suspeitas; e operacional, responsável pela lavagem do dinheiro obtido no esquema.

    “A presente investigação identificou a existência de uma organização criminosa formada pelos núcleos judicial, causídico e operacional, em que magistrados, advogados e terceiros atuavam de forma estruturalmente ordenada, com clara divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais, dentre as quais, corrupção e lavagem de dinheiro”, afirma a Polícia Federal.

    O ex-deputado federal Edilázio Júnior (PSD-MA) foi indiciado no núcleo operacional. Ele é genro da desembargadora Nelma Sarney. Mensagens obtidas na investigação indicam que Edilázio influenciou decisões da desembargadora. O Estadão pediu manifestação do ex-deputado. Quando o inquérito veio a público, ele negou irregularidades e disse que as acusações são baseadas em “ilações e elucubrações que buscam atingir a sua imagem política”.

    Os investigadores afirmam ter encontrado movimentações financeiras suspeitas. São depósitos sem identificação de origem e transferências fracionadas, o que sugere lavagem de dinheiro.(Do Estado de SP)

    Veja a lista completa de indiciados:

    Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa

    Antonio Pacheco Guerreiro Junior

    Luiz Gonzaga Almeida

    Alice de Sousa Rocha

    Cristiano Simas de Sousa

    Frederico de Abreu Silva Campos

    Francisco Xavier de Sousa Filho

    José Helias Sekeff do Lago

    Carlos José Luna dos Santos

    Sebastião Moreira Maranhão

    Edilázio Gomes da Silva Júnior

    Felipe Antônio Ramos Sousa

    Janaína Moreira Lobão Coelho

    Arnaldo José Sekeff do Lago

    Flávio Henrique Silva Campos

    Alderico Jefferson Abreu da Silva

    Fernando Antônio Ramos Sousa

    Eliane Ramos Sousa

    Sirley Regina Silva

    Fabrício Antônio Ramos Sousa

    Jaiçara Melo de Araújo Sousa

    Paulo Martins de Freitas Filho

    Lúcio Fernando Penha Ferreira

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