Quando o falecido amigo Eron de Oliveira foi secretário de cultura na gestão do ex-prefeito Wagner Bruno, ele tinha um projeto chamado Primeiro de Maio Com Arte.
Era uma coisa muito bacana, pois tudo quanto é tipo de artista expunha o seu trabalho lá na praça da CAIC.
Eu era ainda um pré-adolescente nos idos de 2002 ou 2003, não me lembro ao certo, e minha mãe me levou para ver o show do Uni Verso & Prosa. Sou amigo dos caras até hoje, em especial do "baixista sem baixaria", Maú Bruno. Não dá pra falar do Maú sem lembrar desse joguinho de palavras criado pelo também falecido amigo Clóvis Guerra!
Aliás, quando você vai percebendo que as pessoas que você tanto admirou morreram, a vida perde um pouco da graça. Acho que é justamente pela falta do Eron e do Clovinho que deixei de frequentar teatros e a FAMPOP.
Bom, mas voltando ao assunto, naquele Primeiro de Maio Com Arte, haviam uns mágicos se apresentando. E um deles veio em minha direção e disse que se eu olhasse para uma colher que estava nas mãos dele e desejasse, ela ficaria retorcida com o meu poder da mente.
O problema é que o Mágico não contava com minha astúcia de futuro advogado. Eu desejei, de todo o coração, que a colher não dobrasse um milímetro sequer. Mas ela, óbvio, ficou muito torta.
Não contei nada disso para o Mágico, que foi se apresentar para a próxima pessoa todo feliz da vida e com a sensação de dever cumprido.
Assim que ele se afastou, entretanto, contei a verdade para a minha mãe, que riu e disse que eu era terrível.
Me lembro agora, que levamos a Lilica, minha primeira cachorrinha, para passear conosco naquele dia. Ela também já morreu.