• Palanque do Zé #336 – Mirante da Pedra do Índio

    359 Jornal A Bigorna 19/01/2025 10:00:00

    Faz tempo que ouço falar e vejo fotos do Mirante da Pedra do Índio, na vizinha cidade de Botucatu. E nesse final de semana passado, decidimos ir até lá para ver de perto.

    Os últimos 7Km do caminho são de terra, mas bastante acessíveis para todos os tipos de carros, eis que não existem ladeiras muito íngremes ou sem pedregulho para conferir tração aos veículos.

    Chegando no Ecoparque Pedra do Índio, é possível ver diversos animais como patos, galinhas, carneiros, vacas e cavalos, o que é bem legal. Inclusive os pequenos podem dar a famosa volta de pônei pelo local.

    O restaurante é padrão, ou seja, não se destaca, mas também não decepciona. Porém, o excesso de moscas atrapalha sobremaneira a alimentação. Eu mesmo perdi dois copos de cerveja no prazo de 15 minutos, para os mosquitos.

    Entretanto, nada disso importa. Afinal, o parque está localizado no município de Botucatu, divisa com Bofete e próximo de Pardinho, um lugar realmente lindo e conhecido como “Cuesta Paulista”.

    Uma “cuesta” é um tipo de relevo caracterizado por colinas ou montes com um lado suave e o outro íngreme. A palavra vem do espanhol e significa encosta. Em geologia, refere-se a um cume assimétrico com inclinação suave e prolongada.

    E, justamente por isso, caso você se disponha a fazer uma trilha não tão fácil, mas rápida, chegará ao Mirante Pedra do Índio, um deck de madeira que possui 170M², e é montado bem nas extremidades do Paredão da Cuesta, onde as escarpas chegam a atingir até 60 metros de altura.

    Se você for uma pessoa corajosa, pode até fazer rapel lá!

    De lá, a vista é absolutamente deslumbrante, o que chamam hoje na internet de “vista instagramável”. Caso seja possível para você, o nascer e o pôr do Sol devem ser realmente impressionantes se vistos de lá, assim como poder ver uma tempestade bem forte chegando, o que não foi o meu caso.

    Uma curiosidade é que se você fizer o rapel, descerá na trilha do Peabirú, que faz parte do Caminho do Peabiru, que foi uma antiga trilha indígena que conectava os Andes ao Atlântico, ligando Cusco (Peru) ao litoral paulista (Brasil). Com aproximadamente 3.000 km, atravessava territórios de diversos países sul-americanos. O nome "Peabiru" vem do tupi, significando "caminho amassado" ou "caminho para o céu", refletindo sua importância simbólica e prática para os povos indígenas, que o usavam para comércio, migração e rituais.

    Sua origem remonta a cerca de 400 d.C., e ao longo dos séculos, foi utilizado por diferentes povos, incluindo os incas e guaranis. A rota facilitava o intercâmbio de produtos como sal, metais e alimentos entre o interior e o litoral. Após o contato com os colonizadores europeus, o caminho foi abandonado, mas vestígios ainda são encontrados em algumas regiões, como no Paraná e São Paulo.

    Pesquisas mais recentes têm identificado e preservado trechos do caminho, com alguns segmentos abertos à visitação pública, como no Ecoparque Pedra do Índio. A trilha também foi relacionada a expedições coloniais e missões jesuíticas, além de ter influenciado o desenvolvimento de algumas rotas modernas, como a rodovia Raposo Tavares.

    Resumindo: É um passeio bom? É! Eu voltaria? Não... Acredito que existem lugares e experiências que são únicas na vida e assim deve ser.

     

    --- -- ---

    Para maiores informações, acesse o site do Ecoparque, qual seja: https://pedradoindiobotucatu.com.br/

    --- -- ---

    Se você gosta e apoia o meu conteúdo, participe dos grupos do Palanque do Zé.

    Telegram: https://t.me/palanquedoze

    WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/FhUuwHcdyvJ8RrZ9Rzzg53

    --- -- ---

    Os conteúdos publicados no “Palanque do Zé” não refletem, necessariamente, a opinião do Jornal A Bigorna. Assim, são de total responsabilidade do Autor, as informações, juízos de valor e conceitos aqui divulgados.

    OUTRAS NOTÍCIAS

    veja também