O Tribunal de Contas da União impediu o Ministério da Defesa de barrar a empresa israelense Elbit Systems de uma licitação de R$ 1 bilhão para a compra de sistemas de defesa, vencida pela companhia em abril de 2024. A decisão veio após o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, questionar a Corte sobre a possibilidade de restringir empresas de países em conflito armado, ainda que o acórdão não mencionasse diretamente Israel.
O Tribunal, obviamente, esclareceu que as normas vigentes não impedem a participação de fornecedores sediados em países que estão com conflitos armados ativos.
Engano? Desconhecimento? Não! Mau-caratismo puro e simples da ala política do Governo. Como bem sabem os técnicos do Ministério da Defesa, uma regra dessas inviabilizaria quaisquer compras nesse setor, pois os grandes produtores de armas estão sempre guerreando, como se sabe.
Embora o Ministério da Defesa tivesse citado o argumento de não comprar de países em guerra, Múcio revelou que o entrave é, na verdade, de cunho ideológico. Ele sugeriu que o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cria dificuldades diplomáticas e ideológicas que interferem nas operações da Defesa.
Não acredita? Eis o que disse Múcio: “A questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar ao 2º colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem para que a gente possa se defender”, disse.
Duvida que um absurdo desses foi proferido por um Ministro de Estado durante seu discurso? Então deixo o link do YouTube, contendo o trecho do referido discurso no rodapé da coluna.
Mas, como eu sempre digo, o Governo Lula não pode ver uma vergonha, que já quer passar. Então o fatídico discurso de Múcio seguiu adiante, com o Ministro citando a venda de munição à Alemanha, que foi impedida por receios de impacto na relação do Brasil com a Rússia, devido ao conflito na Ucrânia e à dependência brasileira de fertilizantes russos.
“Temos uma munição aqui no Exército que não usamos. A Alemanha quis comprar. Está lá, custa caro para manter essa munição. Fizemos o negócio, um grande negócio. Não faz porque senão o alemão vai mandar para a Ucrânia, a Ucrânia vai usar contra a Rússia e a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes”, disse.
Ao utilizar esse “argumento”, o Ministro da Defesa cometeu um erro e uma falácia. O erro foi divulgar informações militares sensíveis desnecessariamente. E a falácia foi comparar um país agressor (Rússia), com um país agredido (Israel), o que mais uma vez demonstra a grande capacidade que o PT tem, de estar sempre do lado errado da história.
Isso sem dizer que a Rússia, apesar de ser líder no setor, não possui o monopólio na fabricação de fertilizantes, eis que concorre com China, Canadá e Estados Unidos, por exemplo. Assim, a suposta dependência do Brasil em relação aos russos para manter a produtividade agrícola não é justificada e parece ser apenas um mero pretexto para atender aos interesses de Vladimir Putin, com quem Celso Amorim e Lula mantêm uma proximidade diplomaticamente injustificável.
Ambos demonstram apoio ao presidente russo na guerra de anexação territorial contra a Ucrânia, sob a retórica de “paz a qualquer custo”, numa clara demonstração de que ambos não respeitam princípios básicos do Direito Internacional tais como não-agressão, respeito às fronteiras e autodeterminação dos povos.
Sabemos agora que, além de termos que conviver com a imoralidade da postura do Governo Lula em relação a esses dois conflitos, agora temos que suportar prejuízos financeiros causados por decisões ideológicas antissemitas.
Não se engane. Considerar esses absurdos como sendo algo menor é um escândalo de grandes proporções, pois além de enfraquecer nossas já combalidas Forças Armadas ao impedir que tenham acesso ao que há de melhor em termos de equipamentos, ainda denota uma clara posição racista do Governo Lula.
A grande vontade de Lula sempre foi a de proporcionar uma “venezuelização” das Forças Armadas, transformando-a um gigante moroso, ineficaz e totalmente adepto de suas políticas, que existe com o único propósito de servir aos seus interesses pessoais e não republicanos.
Mas esse não é o assunto de hoje. Voltemos.
Todos sabem, mas não custa lembrar, que “antissemitismo” é o preconceito, hostilidade ou discriminação contra judeus. Na sua forma mais extrema, "atribui aos judeus uma posição excepcional entre todas as outras civilizações, difamando-os como um grupo inferior e negando que eles sejam parte das nações em que residem". O antissemitismo é, portanto, uma forma de racismo.
Entre os casos extremos de perseguição aos judeus, estão a chacina de 1066 em Granada, o Édito de Expulsão da Inglaterra em 1290, o massacre de Lisboa em 1506 e o Holocausto perpetrado pela Alemanha Nazista entre 1933 e 1945, que culminou em cerca de 6 milhões de pessoas assassinadas única e exclusivamente por serem quem eram.
Embora a etimologia da palavra possa sugerir que o antissemitismo é direcionado a todos os povos semitas, como árabes e assírios, o termo foi criado no final do século XIX na Alemanha como uma alternativa socialmente aceitável para o termo alemão “Judenhass”, que significa "aversão a judeus", e vem sendo utilizado amplamente desde então.
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LINK DA ENTREVISTA DE MÚCIO: https://youtu.be/QomMlA1cqRA?si=QSGs8ypEJGZuv4IC
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