• Palanque do Zé #318 – Minha cachorra ficou cega

    458 Jornal A Bigorna 15/09/2024 16:30:00

    Palanque do Zé

    Nina era só uma filhote faminta e sedenta quando chegou na nossa porta.

    Ela só conseguiu chegar em casa, porque uns pedreiros que estavam reformando a casa ao lado da nossa deixaram o portão do Condomínio aberto.

    Minha enteada a achou e foi amor à primeira vista. No começo, Nina se juntou com as idosas Pepê e Neguinha, mas agora só resta ela.

    No último carnaval, Nina estava perfeitamente saudável, mas tudo mudou quando ela pegou a doença do carrapato, que  é uma infecção grave causada por hemoparasitas que atacam o sangue do cachorro e pode levar à morte. O carrapato raramente contamina gatos e seres humanos, mas não é impossível de acontecer.

    No caso de Nina, apesar de ser frequentemente levada ao veterinário e muito bem cuidada, a doença foi tão grave, que prejudicou permanentemente o seu caminhar e a cegou completamente.

    De lá para cá, precisamos operá-la e retirar seus dois olhos, que inflamaram de tamanha forma, que colocaram sua vida em risco e estavam acabando com sua qualidade de vida.

    Nesse cenário, para nós, foi fácil optar pela cirurgia, eis que Nina já estava tecnicamente cega afinal de contas.

    Foi um período bastante difícil para nós, pois realmente achamos que ela morreria.

    Após a cirurgia, Nina ainda ficou mais duas semanas internada, pois precisou tomar remédios e fazer curativos.

    Foi difícil voltar para casa e não ser “aUtacado” com seus “lambeijos” de alegria. Até das suas latidas repentinas e assustadoras, eu senti falta.

    Hoje ela já está bem e voltou para casa, onde reaprendeu a andar, pular no sofá, na cama e até mesmo na janela que dá para o quintal, como fazia antes!

    A única “adaptação” que precisamos fazer em casa foi tomar cuidado em não mudar as coisas de lugar, para não atrapalharmos sua locomoção, se bem que, em razão da minha cadeira de rodas, isso mais ou menos já não acontecia mesmo.

    Nós realmente não esperávamos tamanha evolução em tão pouco tempo. Hoje Nina é uma cachorra feliz e saudável, que não enxerga, apenas. Tudo o mais – exceto suas leves mancadas com a pata traseira direita – voltou ao normal.

    É impressionante (e emocionante) vê-la andando pela casa e quintal, com desenvoltura (e algumas trombadas, é claro).

    Isso para mim, na condição de deficiente físico de nascença, só comprova que os seres vivos fazem o que for necessário, para sobreviver.

    Nunca imaginei dizer isso, mas Nina, a nossa vira-latas, é um exemplo de resiliência e determinação, num mundo cada vez mais dominado por gente fraca e adepta do “coitadismo”.

    Dizem que os cachorros se parecem com os donos. A julgar pela fome da Nina e por sua vontade gigante de viver, não posso discordar.

    Ontem, quando ela subiu na cama pela primeira vez e me deu um abraço, eu soube que tudo vai dar certo em nossas vidas!

     

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