Durante a última semana, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), iniciou seu tour pelo exterior, com o objetivo de, principalmente, fechar “mais de 20” acordos com a China, em áreas como tecnologia, economia e agro.
Mas o que conseguiu mesmo, foi causar dois grandes constrangimentos desnecessários. O primeiro foi assinar com a China, um memorando com diversos entendimentos bilaterais, notadamente o que reconhece a política conhecida como “uma só China”.
Tal política defende que existe apenas uma China e que a China Popular, o Tibete, Hong Kong, Macau, Xinjiang e Taiwan não podem ter governos autônomos.
Lula erra ao reconhecer tal política, porque usa seu prestígio internacional para condenar tais povos a viver sob o jugo de um regime tirânico e que mata seus opositores, ao mesmo tempo em que entra em rota de colisão com os interesses dos Estados Unidos, que defendem a autonomia de Taiwan.
É de se dizer que o comércio entre Brasil e Estados Unidos está longe de ser insignificante. Exportamos para eles em 2021, US$ 31,1 bilhões, ao mesmo tempo em que importamos deles, US$ 39,4 bilhões. Como resultado, a soma das duas vias de comércio foi recorde naquele ano, com movimentação total de US$ 70,5 bilhões.
Com a China, os números fechados no mesmo período também foram de recorde histórico: Negociamos US$ 135 bilhões no ano, sendo que vendemos US$ 87,9 bilhões e compramos US$ 47,6 bilhões.
Ou seja: Só temos a perder ao entrar nessa escaramuça. “Em briga de elefantes, quem sofre é a relva”, diz o ditado. O Brasil, a nível de política internacional, é a relva.
Outra vergonha que Lula nos impingiu foi ao afirmar que “a decisão da guerra foi tomada por dois países”, ignorando o fato de que foi a Rússia que invadiu o território da Ucrânia, que só está se defendendo.
Ao repreender a vítima por se defender, Lula implicitamente diz que é aceitável se, por exemplo, uma Nação qualquer decidir invadir a Amazônia. Fora o fato de que demonstra claramente desconhecer princípios básicos do Direito Internacional, tais como Territorialidade, Autodeterminação dos Povos e Diplomacia.
Lula, na verdade, desconhece conceitos basilares formadores de caráter, tais como liberdade, honradez e resiliência.
Política internacional não é para amadores.
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