Finalmente chegou a tão esperada (ou não), lista dos livros lidos por mim no decorrer dos últimos 12 meses, assim como sempre faço na última coluna do ano.
Bem como no ano passado, decidi colocar gibis no rol das obras lidas, pois o fato é que a linguagem dos mesmos é totalmente voltada ao público adulto e estão cada vez mais na moda, num mundo onde as pessoas gostam cada vez menos de passar longos períodos lendo.
Lembre-se de que as notas que darei para as obras são totalmente pessoais, e vão de 0 a 10, sendo que o 0 será dado somente para uma obra que não mereceria sequer ter sido impressa. A nota 10, por óbvio, é reservada somente às obras de arte. Particularmente, considero que uma obra nota 6 já vale a pena ser lida em razão do entretenimento oferecido.
Disponibilizo também o link para compra, caso você se interesse. Eu não ganho absolutamente nada com isso, e tais links podem não trazer o melhor preço, pois por comodidade, quase sempre compro na Amazon.
O texto de apresentação das obras é fornecido pelos autores ou editora, mas conta com eventuais acréscimos, supressões ou alterações feitas por mim, visando facilitar a compreensão.
1 – A Sutileza Bem-Humorada Winston Churchill. Suas Grandes Tiradas, EDITORA Odisseia.
Descrição: A sutileza bem-humorada de Winston Churchill é uma coleção das melhores citações — de grande sutileza – de um dos homens mais sagazes que a humanidade já conheceu. Poucos souberam lidar tão bem com as palavras. Dono de um talento lexical notável, Churchill foi capaz de provocar diversão e admiração por sua destreza verbal. Este ícone britânico conseguia associar palavras e pensamentos de maneira cativante. Lord Home, um de seus sucessores como primeiro-ministro, costumava dizer: não havia o que Churchill mais amasse do que “emboscar a palavra ou a frase inesperada”. Neste livro, o leitor encontrará as mais saborosas dessas frases. A sutileza bem-humorada de Winston Churchill joga luz sobre a face humana e espirituosa do irreverente Churchill. Seus hábitos e preferências, como o gosto por bebidas e charutos, renderam citações impagáveis. Assim como sua aversão ao nazifascismo: várias são as ironias dirigidas a Adolf Hitler. Os socialistas Lênin e Trotsky também não escaparam: “A prova de que Deus existe é Lênin e Trotsky, para os quais um inferno é necessário.” Grande comunicador, Churchill entrou para a história como um dos maiores oradores de todos os tempos. Através de palavras instigantes, o primeiro-ministro mobilizou e motivou seus concidadãos ingleses para a guerra com discursos emocionantes. Neles, muitas vezes fazia uso de palavras antigas — as melhores, em seu entendimento. Se não encontrasse o vocábulo exato que exprimisse suas intenções, ele o inventava: são os chamados ‘churchillianismos’. Como o próprio Churchill afirmou, “quando as citações ficam gravadas na memória, suscitam boas ideias”. E um livro com citações bem-humoradas de um homem notável não é só uma boa fonte de ideias, mas um refresco para o intelecto.
Nota: 5.
2 - Box Música Para Viagem: A Trilha Sonora da Minha Vida e do Meu Tempo, EDITORA Belas Letras.
Descrição: As lembranças, a imaginação, o reino da pura sensação abstrata para onde a música levam são o combustível das reflexões de Neil Peart nesta viagem de carro de Los Angeles até o parque nacional Big Bend. As associações emocionais e as histórias por trás de cada álbum que toca nestes quase dois mil quilômetros – seja Frank Sinatra ou Linkin Park – guiam esta coleção de pensamentos que passam pelas recordações da infância no lago Ontário, as primeiras descobertas musicais, as primeiras bandas, os sons do momento, as viagens com o Rush… Com sua escrita vívida e envolvente, o mestre de uma inconfundível voz autoral nos leva de carona nestas memórias que capturam os meandros de uma mente musical que aprecia cada nota, cada compasso, cada palavra, cada som para além da melodias e dos ritmos. Esta é uma oportunidade de conhecer um pouco da mente e das inspirações de uma lenda do rock.
Na sequência desta viagem de carro com Neil Peart, chegamos ao parque nacional Big Bend, mas também passamos por Londres, pelo México, pela África e conhecemos diferentes fases da vida do mestre. Começamos pela efervescente Londres dos anos 70, parada obrigatória para qualquer jovem que sonhasse viver do rock'n'roll e tocar em uma banda. Depois, seguimos mais alguns quilômetros pelas rodovias dos Estados Unidos, não sem antes descobrir mais sobre os primeiros encontros e o teste para integrar o Rush. Também observamos alguns pássaros e percorremos trilhas na natureza, de olhos bem abertos para não esbarrarmos com um urso no meio do caminho. Ainda dá tempo de fazer uma parada no México para entendermos mais sobre a cultura dos músicos mariachis. Enquanto isso, no CD player do carro desfilam Coldplay, Madonna, Frank Sinatra, Dido, Radiohead… E assim partimos rumo à África, onde Neil relembra suas aventuras de bicicleta e encontra na percussão uma forte conexão com os moradores. Chegamos em casa e concluímos este passeio inspirador por uma mente musical, entendendo um pouco mais sobre como a música compôs a trilha sonora de uma vida em doses diárias de afirmação, emoção e catarse.
Nota: 8.
3 - Sobre Armas, Leis e Loucos: 101 Artigos Contra o Desarmamento, o Jornalismo Fake e Outros Delírios da Segurança Pública Brasileira, EDITORA Vide Editorial.
Descrição: Escritos ao longo de duas décadas de estudos, debates e pesquisas, os 101 artigos que compõem esta coletânea dão um duplo testemunho: nota-se, por um lado, o sólido domínio do autor sobre o tema ― Bene Barbosa é talvez a maior autoridade do país quando o assunto é armamento e as leis que o regimentam (quando não o boicotam) ―; por outro lado, especialmente nos artigos cujo tom é mais pessoal e evocativo, vê-se uma alma vibrante, forjada por inúmeras batalhas travadas para sustentar os valores em que firmemente acredita.
Como ninguém mais poderia fazer, Bene apresenta ao leitor as tensões básicas que estão sempre em jogo na esfera da segurança pública nacional, e o faz de modo claro, incisivo e consistente, apoiado na ciência dos estudos e na dura realidade brasileira, que muitos padecem e outros tantos ― os loucos do título ― distorcem. Para quem chegou agora na discussão ou não aguenta mais ouvir os fracos e surrados argumentos da mídia desarmamentista, esse tête-à-tête com Bene Barbosa será tiro e queda.
Nota: 5.
4 - Depois, EDITORA Suma.
Descrição: Um livro que demonstra todo o talento de Stephen King, Depois é assustador e emocionante, e fala dos desafios de crescer e aprender a distinguir o certo do errado. Uma história poderosa, perturbadora e inesquecível sobre o preço de encarar o mal, não importa sob qual forma ele se esconda.
James Conklin não é uma criança comum: ele vê gente morta. Com que frequência? Jamie não sabe bem; afinal, os mortos em geral se parecem muito com os vivos. Exceto pelo fato de que eles ficam para sempre nas roupas em que morreram, e são incapazes de mentir.
Sua mãe implora para que ele mantenha essa habilidade em segredo, o que não é problema na maior parte do tempo. Pelo menos até Liz Dutton, a companheira de sua mãe e detetive do Departamento de Polícia de Nova York, aparecer na saída da escola e anunciar que precisa de ajuda.
É assim que Jamie embarca em uma corrida para desvendar o último segredo de um falecido terrorista, e começa a jornada mais assustadora de sua vida.
"Stephen King já está tão consagrado como o mestre do terror sobrenatural que às vezes esquecemos que o talento dele também cobre todas as outras áreas." - New York Times Book Review
Nota: 9.
5 - Ascensão, EDITORA Suma.
Descrição: Uma história fascinante, curiosa e comovente sobre um homem cujo misterioso problema ajuda os habitantes de Castle Rock a superar as diferenças e se tornar uma comunidade.
Scott Carey tem muito em que pensar — o projeto enorme que pegou no trabalho; o casal lésbico que mora na casa ao lado e o cachorro delas, que insiste em fazer as necessidades no seu quintal; e a súbita e inexplicável perda de peso das últimas semanas.
Apesar de não querer ser estudado e examinado, Scott decide compartilhar a questão com seu velho amigo, o dr. Bob Ellis. Afinal, apesar dos números decrescentes na balança, sua aparência continua a mesma — além disso, seu peso não varia quando está nu ou usando roupas pesadas, quando está de mãos vazias ou carrega algo no colo. Não importa o que ele faça ou coma, Scott está cada vez mais leve — embora não mais magro —, e conforme seu peso se aproxima de zero, ele sabe que logo nada vai prendê-lo ao chão.
Scott não quer se preocupar com o que vem pela frente; ele ainda tem tempo para resolver todas as suas questões antes do Dia Zero, e por que não começar pelas mais difíceis? Por exemplo, encarando o preconceito que suas vizinhas têm sofrido da comunidade — e dele — e fazendo o possível para ajudar.
Amizades improváveis, a maratona anual da cidade e a misteriosa condição de Scott são a fórmula para grandes transformações. Incrivelmente alegre e profundamente triste, Ascensão é um verdadeiro antídoto para nossa cultura intolerante.
Nota: 9.
6 – Billy Summers, EDITORA Suma.
Descrição: Billy Summers é uma história de guerra, amor, sorte e destino, com um herói complexo buscando sua última chance de redenção. Impossível de largar e impossível de esquecer.
Billy Summers é o homem com a arma; um assassino de aluguel e um dos melhores atiradores do mundo. Mas ele tem um critério: só aceita o serviço se o alvo for realmente uma pessoa ruim.
Agora, Billy quer se aposentar, mas antes precisa realizar um último trabalho. Veterano da guerra no Iraque e um mágico quando se trata de desaparecer depois do crime, o hábil assassino tinha tudo planejado. Então, o que poderia dar errado? Basicamente tudo.
Quando Billy se acomoda em uma cidadezinha do interior, disfarçado como um escritor tentando superar um bloqueio criativo enquanto espera seu alvo ser transferido para julgamento, ele não imagina a trama de traições, perseguições e vingança que o aguarda.
"Ver o mestre do terror se aventurando em um thriller noir apenas prova que King ainda consegue nos chocar e surpreender, depois de todas essas décadas." — Esquire
"Stephen King deixa um pouco o terror, que é sua marca registrada, e mergulha em um thriller tenso e obscuro. Assassinatos vis e confusões divertidíssimas. Outro livro imperdível do mestre." — Kirkus Reviews
Nota: 8.
7 – Box A Torre Negra, EDITORA Suma.
Descrição: Roland Deschain é o último dos pistoleiros de seu mundo. Seu objetivo é a busca obstinada pela Torre Negra, dita como o eixo de todo o tempo e espaço. Acreditando que um mago, apelidado de "Homem de Preto", possui indicações para seu destino, o pistoleiro o persegue deserto afora. Pelo caminho, Roland passa por inúmeros perigos e conhece Jake, um menino que foi transportado para o mundo de Roland depois de morrer na Nova York de 1977. O livro conclui com o Homem de Preto sendo alcançado e revelando fatos importantes sobre o destino de Roland e sua busca, tirando a sorte do pistoleiro através de cartas de tarô. São revelados: O Enforcado, O Marinheiro, O Prisioneiro, a Dama das Sombras e A Morte, A Torre, e a sétima carta, A Vida. É sobre a profecia dessas cartas que o próximo volume da saga se baseia, enquanto Roland progride em sua jornada.
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Nota: 9 – Ainda estou lendo a série, tendo chegado neste momento ao meio do 6º volume, dos 8 que compõe a obra.
8 – Entre Hiatos e Absintos, EDITORA Filos.
Descrição: Sou suspeito de falar sobre essa obra, tanto porque o seu Autor é o meu amigo André Guazzelli, quanto porque fui o seu Editor. Ela traz diversos contos curtos, que flertam com o terror, lições de vida e com o sobrenatural.
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Nota: 7.
9 - The Dark Man: O Homem que Habita a Escuridão, EDITORA Darkside.
Descrição: A primeira aparição do Homem de Preto aconteceu na Universidade do Maine, em meados dos anos 1960, quando Stephen King imaginou um sujeito sem rosto com botas de caubói, calça e jaqueta jeans, sempre pelas estradas. Mais tarde, esse homem sombrio viria a ser conhecido em todo o mundo como um dos maiores vilões do escritor, Randall Flagg. Na época, porém, King só pensava em perguntas simples: Para onde esse homem vai? Quais coisas terríveis ele viu? E, sobretudo, o que ele fez...?
The Dark Man: O Homem que Habita a Escuridão é um poema narrativo do mestre do terror — com um toque quase biográfico e premonitório para os leitores mais atentos — sobre um andarilho que habita as sombras da estrada, do mesmo modo que essas sombras o habitam. Acompanham os versos de King as ilustrações detalhistas de Glenn Chadbourne, hachuras que criam contornos e revelam expressões, lembranças e seres que espreitam na escuridão e aguardam em silêncio o momento para o bote perfeito, a hora de revelar sua verdadeira natureza. A publicação é uma parceria com a editora norte-americana Cemetery Dance, criada por Richard Chizmar, ele também autor da DarkSide® Books.
“Randall Flagg surgiu quando escrevi um poema chamado ‘The Dark Man’, ainda na faculdade. Surgiu para mim do nada, esse cara de botas de caubói pelas estradas, quase sempre pedindo carona à noite, sempre de jaqueta e calça jeans surrados. Escrevi o poema no refeitório da faculdade, no verso de um jogo de mesa, e ele nunca saiu da minha cabeça”, afirma King sobre a origem do personagem.
Nesta edição especial e exclusiva da DarkSide® Books, em capa dura e projeto gráfico inédito, aprovado especialmente pelo autor, vamos conhecer um pouco mais sobre o personagem que se tornaria recorrente e fundamental na obra do mestre do terror. Um pouco dele e de todos nós.
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Nota: 2 – Essa obra se trata de um gibi muito curto. Não levei cinco minutos para ler. Seus desenhos são excelentes, a encadernação é maravilhosa e o preço é acessível, mas a história não tem pé nem cabeça. Um baita desvio na curva para Stephen King, que é meu autor predileto e um dos mais badalados da história.
10 - O Último Dia no Vietnã, EDITORA Devir.
Descrição: "O Último Dia No Vietnã" é um conjunto de histórias escrita por Will Eisner sobre soldados que estão envolvidos não só com as hostilidades cotidianas da guerra, mas também com um combate maior e mais pessoal. Durante os anos que trabalhou com os militares, principalmente durante as muitas viagens que fez para a P.S. Magazine, Eisner viu de perto a vida nos acampamentos do Exército. Das seis histórias presentes neste livro, algumas são cômicas, outras são de partir o coração, ou de meter medo. Todas elas, no entanto, demonstram a incrível percepção dos problemas humanos que é uma característica de toda obra de Will Eisner.
Nota: 6 – Essa obra também é um gibi rápido de se ler, coisa de meia hora.
11 - A Revolução dos Bichos, EDITORA Companhia das Letras.
Descrição: Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século XX, A revolução dos bichos é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.
Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.
De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética.
Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A Revolução dos Bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.
Depois das profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell pode ser vista sem o viés ideológico reducionista. Mais de sessenta anos depois de escrita, ela mantém o viço e o brilho de uma alegoria perene sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão dos grandes projetos de revolução política. É irônico que o escritor, para fazer esse retrato cruel da humanidade, tenha recorrido aos animais como personagens. De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens.
Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, A revolução dos bichos combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo.
"A melhor sátira já escrita sobre a face negra da história moderna." - Malcolm Bradbury. "Um livro para todos os tipos de leitor, seu brilho ainda intacto depois de sessenta anos." - Ruth Rendell.
Nota: 7.
11 - Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento, EDITORA Vide Editorial.
Descrição: Com uma linguagem direta e um ritmo agradável, Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento é leitura mais que necessária para todos os que defendem as liberdades inegociáveis dos indivíduos.
Nota: 9.