• Palanque do Zé #220 – Eleições 2022: No Brasil, o crime compensa

    1096 Jornal A Bigorna 30/10/2022 22:00:00

    Palanque do Zé

    Essas foram as Eleições mais disputadas da história do Brasil desde a redemocratização. Com 99,88% das urnas apuradas, a diferença entre Lula e Bolsonaro foi de apenas 1,8, ou 2.126.850 dos votos.

    Bolsonaro é o primeiro Presidente que não conseguiu se reeleger, fato inédito desde que o sistema eleitoral passou a permitir a reeleição do Chefe do Executivo, em 1998.

    Até então, a votação mais apertada havia acontecido em 2014, quando Dilma Rousseff (PT) derrotou Aécio Neves (PSDB) por uma diferença de 3,28%, ou 3.459.963 de votos.

    Por mais que você não goste de Bolsonaro, não foi ele quem ficou 580 dias preso por corrupção, mas sim Lula, que não foi absolvido de todas as acusações que pesam contra si, como gosta de dizer. Isso porque ao menos cinco denúncias contra ele foram suspensas ou trancadas pela Justiça e, portanto, não decretaram sua inocência.

    Existem três absolvições e três prescrições, mas esse número ainda pode aumentar, em razão dos processos que estão suspensos.

    A verdade é que Lula não é inocente, mas sim foi beneficiado por erros processuais crassos cometidos pelo ex-Juiz e agora Senador Eleito, Sérgio Moro. E, é claro, não podemos deixar de destacar a atuação ímpar do Supremo Tribunal Federal, que determinou a anulação de muitos atos processuais em seus processos, que voltaram às fases iniciais, fato que o habilitou a voltar para a vida pública. O golpe tá aí, não nas urnas.

    No mais, o que se vê é que a vida de Lula no comando do Governo Federal será muito difícil, pois neste mandato – diferente dos outros – terá “vento contra”, pois mais da metade do Brasil não lhe apoia, ambas as Casas do Congresso estão com a bancada de oposição maior, isso sem falar que Bolsonaro conseguiu fazer a maioria dos Governadores de Estado, inclusive no mais rico deles, São Paulo, já que o seu ex-Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (REPUBLICANOS), obteve 45,67%, ou 2.973.577 votos, com 99,38% urnas apuradas e foi eleito Governador.

    Bolsonaro desafiou o sistema e perdeu, mas saiu grande. O Judiciário e os grupos de mídia atuaram forte para que Lula conseguisse reassumir o Governo Federal. O golpe também tá aí, e não nas urnas.

    Não podemos deixar de considerar também que Bolsonaro perdeu o apoio de muita gente em razão de suas declarações polêmicas e infelizes (no mínimo) e atuação um tanto quanto vacilante no início da Pandemia de COVID-19, isso sem falar da grave crise internacional gerada pela Guerra da Ucrânia.

    Agora, cabe a Bolsonaro assumir a derrota e atuar como Líder da Oposição, pois conta com uma ampla massa popular que o apoia. Caso seus aliados façam um bom trabalho no Congresso e nos Governos Estaduais, tem tudo para voltar ao comando do Executivo Federal nas eleições de 2026.

    Por fim, é de se dizer que todos os números apresentados nesta coluna foram obtidos junto ao Tribunal Superior Eleitoral


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