Escrevo estas linhas a exatamente há uma semana do primeiro turno das eleições 2022. Acredito que você, caro leitor, não vote “no primeiro fulano que te dá um santinho”, certo?
Acredito ainda, que você já esteja farto de ter em Brasília, representantes que não te representam, independente do seu espectro político.
A velha política nunca esteve tão fora de moda, mas também nunca esteve tão entranhada no Poder.
É o que mostra uma bela reportagem da Revista Oeste, pelo menos. Vou deixar o link da matéria no fim desta coluna, mas o resumo da coisa é esse:
As oligarquias estão cada vez mais enraizadas no Poder.
Uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília mostrou que, entre 2000 e 2010, houve um crescimento de 10% na quantidade de Deputados Federais eleitos por terem vindo de famílias tradicionais na política. A época, eles representaram 46% da Câmara Federal.
Um outro estudo, esse elaborado pela organização Transparência Brasil, detectou que os 46% anteriormente citados subiram para 50% apenas quatro anos depois.
Por fim, no ano de 2017, uma pesquisa feita pelo site Congresso em Foco revelou que 62% da Câmara Federal e 73% do Senado era composto por eleitos ligados a oligarquias familiares.
É por isso que entra ano e sai ano, você continua ouvindo falar dos Barbalho do Pará, dos Neves de Minas Gerais, dos Sarney do Maranhão, dos Collor de Mello de Alagoas, dos Cunha Lima da Paraíba, dos Coelho e Vasconcelos de Pernambuco, dos Requião do Paraná, dos Maia do Rio de Janeiro, dos Magalhães da Bahia e dos Alcolumbre do Amapá, dentre tantos outros não citados.
Talvez o maior exemplo de oligarquia atual, seja o Deputado Federal Lafayette Andrada (Republicanos-MG), que é filho do falecido e, também Deputado Federal Bonifácio de Andrada (DEM-MG). Ele é integrante da quinta geração de uma família que teve outros 14 representantes no Congresso nos últimos 200 anos.
Compreendo que boa parte dessa gente se beneficiou da falta de acesso à informação, do uso da máquina pública e do financiamento de campanhas com dinheiro público e privado para chegar e ficar no Poder, mas podemos mudar esse cenário.
É claro que, dentre os eleitos por oligarquias familiares, deve ter havido boas pessoas, que se valeram da condição que tinham para tentar transformar o Brasil em um lugar melhor. Mas sabemos que, se um dia houve ou se ainda há, são a minoria.
A única chance que temos para mudar esse cenário é o voto, então vote corretamente! Pesquise o passado do seu candidato e, caso ele tente a reeleição, analise o que ele fez enquanto estava no Poder! O Google está aí pra isso mesmo!
Por fim, nesse ano, devemos eleger Deputados Federais, Deputados Estaduais, Senadores, Governadores e Presidente. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, essa será a ordem de votação que aparecerá na urna. Como são muitos cargos, é interessante levar uma “colinha” de papel, já que celulares são proibidos na cabine de votação.
Quem já teve a biometria coletada pela Justiça Eleitoral poderá utilizar as digitais como forma de identificação no dia da eleição. No entanto, quem ainda não coletou a digital, pode se identificar com um documento oficial com foto, como por exemplo: e-Título, RG, Passaporte, Carteira de categoria profissional reconhecida por lei, Reservista, CTPS ou CNH, por exemplo.
Assim, não é obrigatório apresentar o Título de Eleitor para votar, mas é importante que você o leve, pois é nele que constam informações sobre sua seção e zona eleitoral, por exemplo.
O Primeiro Turno das Eleições 2022 acontece no dia 2 de outubro e eventual Segundo Turno será realizado no dia 30 de outubro, respectivamente primeiro e último domingo do mês. A votação será das 8h às 17h em todo o Brasil, obedecendo o Horário de Brasília.
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Link da Revista Oeste
https://revistaoeste.com/politica/eleicoes-2022/as-familias-que-mandam-no-brasil/