Essa semana estive em Bauru por dois dias e foi bem interessante. Tanto que decidi fazer essa coluna tratando do passeio.
Eu já havia estado em Bauru outras tantas vezes, mas sempre a trabalho, no Fórum, Secretaria de Estado da Fazenda, Polícia Federal e etc, mas nunca tive a oportunidade de conhecer a cidade de verdade, se é que você me entende!
Mas vamos aos fatos:
Bauru é o município mais populoso do Centro-Oeste paulista, distando cerca de 326 km da Capital.
Em 2021, sua população estimada pelo IBGE foi de 381.706 habitantes, o que o eleva a categoria de 18º mais populoso do Estado de São Paulo.
É uma cidade jovem, pois foi fundada apenas em 1896, o que a faz contar 125 anos atualmente. O seu desenvolvimento se deu, principalmente, em razão da “Marcha para o Oeste”, movimento do Ditador Getúlio Vargas, que objetivava a ocupação da região central do Brasil.
Economicamente, o café ganhou força no município no início do século, mas a sua desvalorização fez com que a industrialização se tornasse a principal responsável pela urbanização do município. Desde os anos 1950 a cana-de-açúcar, é o principal cultivo bauruense.
Para finalizar essa parte financeira, é preciso dizer que Bauru tem o 68º maior PIB brasileiro.
Nessa minha visita, tive a oportunidade de conhecer dois dos principais pontos turísticos da cidade.
O primeiro foi o Calçadão, que se chama, na verdade, Rua Batista de Carvalho.
O local é uma via pública fechada para o trânsito de carros, uma vez que as suas calçadas foram unidas, transformando-se em uma coisa só.
Lá, existem realmente muitas lojas, sendo certo que a maioria absoluta delas é popular.
O local surgiu da necessidade dos homens que trabalhavam na construção das ferrovias, pois precisavam de local para viver, comprar itens básicos e etc, então o sempre glorioso bom e velho capitalismo fez com que o comércio começasse a se desenvolver para suprir as necessidades da população que ali estava, ainda que só de passagem.
Foi a partir da expansão do comércio na região, que a Prefeitura se viu obrigada a delimitar o Calçadão da Praça Rui Barbosa, onde se localiza a Igreja Matriz, até a estação ferroviária, na Praça Machado de Melo.
Para ser sincero, eu esperava mais do famoso Calçadão, que precisa urgentemente de uma revitalização. Tanto nos seus famosos arcos, quanto nos prédios em si, que são tão feios quanto os da região central da nossa querida Avaré.
E, por falar em Avaré, temos muita coisa para aprender com o Calçadão de Bauru, já que a nossa “Calçadinha” só fez piorar absurdamente o trânsito na região central, sem trazer qualquer tipo de ganho real para o comércio e população em geral.
Mas voltemos ao tema da coluna: O outro ponto turístico de Bauru que escolhi para visitar foi o Jardim Botânico. Na verdade, a intenção era irmos também ao Zoológico, mas não havia tempo para tanto, então esse passeio vai ter que ficar para uma outra hora.
No início do século XX, havia a necessidade de se ampliar e melhorar o abastecimento de água em Bauru, e foi por isso que a Prefeitura comprou uma área de 1.040 hectares da Fazenda Vargem Limpa, pertencente à Felicíssimo Antônio Pereira.
O local foi escolhido ante a vasta vegetação nativa ali existente, e que protegia as nascentes do córrego Vargem Limpa, considerado fonte de água abundante e livre de poluentes. A ex-fazenda forneceu água para a cidade até 1940, quando o aumento na demanda obrigou a transferência da captação para o rio Batalha.
Com a mudança na captação da água, o município passou a possuir uma ampla área de vegetação nativa que havia perdido sua função. Foi então que surgiu a ideia de se criar um Parque Ecológico, que contaria com a elaboração da Planta de Localização e do Memorial Descritivo contendo 201,5 hectares.
Ainda em 1987, a criação do parque teve como objetivo a conservação da vegetação, como uma forma de proteger a flora e fauna locais, mas como a área era propícia para a realização de pesquisas científicas e para a visitação pública, logo foi transformado em Jardim Botânico, com 321,71 hectares.
Em 1992, foram iniciados os trabalhos de estruturação do local tal como é hoje, contando com melhorias como: abertura de trilhas, implantação de um viveiro de mudas nativas, elaboração de projetos de recomposição de áreas degradadas e estruturação da sede administrativa para o atendimento aos visitantes.
Em 4 de março de 1994, a Lei Municipal de número 3.684, transformou o Parque Ecológico no Jardim Botânico Municipal de Bauru, o qual teria como objetivos a coleção de plantas, ampliação e melhoria das áreas de visitação, garantindo, desta forma, a realização de atividades voltadas à conservação, educação, lazer e pesquisa.
No ano de 2018, graças à importância e representatividade na conservação do cerrado em nosso município, a reserva ecológica do Jardim Botânico Municipal de Bauru passou a integrar à Unidade de Conservação Estadual “Refúgio da Vida Silvestre Aimorés”, que possui área de 1.724,237 hectares, e localiza-se nos municípios de Bauru e Pederneiras.
Essa nova Unidade de Conservação, em conjunto com a “Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Leopoldo Magno Coutinho” (Unidade de Conservação de Uso Sustentável), constituem o Mosaico de Unidades de Conservação do Cerrado Paulista, cujo objetivo é de conservar importantes remanescentes de vegetação do Bioma Cerrado localizados na região de Bauru.
Atualmente com 321,71 hectares, o Jardim Botânico de Bauru conserva 280 hectares de cerrado, representando uma das maiores reservas de cerrado do Estado de São Paulo. No local, também ocorrem fragmentos de floresta estacional semidecídua e floresta paludosa.
Com certeza vale a pena visitar, ainda mais que a entrada é gratuita!
Para ver fotos da minha viagem, basta acessar o meu perfil no Instagram: https://www.instagram.com/zefusco
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