Hoje, falaremos exclusivamente sobre o que eu chamo de “a arte de prever desastres no trânsito”. Mas a teoria pode ser aplicada a qualquer aspecto da vida cotidiana.
Grande parte das mais diversas desgraças que acontecem no trânsito poderia ser evitada com hábitos simples tais como manter a revisão do veículo em dia, ser atencioso com o que acontece ao redor (a famosa direção defensiva) e até mesmo ser você, um motorista previsível, ao utilizar as setas, por exemplo.
Essa semana eu soube que tem motociclistas acreditando que “agora pode ultrapassar pela direita”. Não, não pode.
O artigo 199 do Código de Trânsito Brasileiro afirma que a ultrapassagem pela direita caracteriza infração de natureza média, instituindo uma multa como penalidade, além da perda de 4 pontos na Carteira Nacional de Habilitação. A única exceção se dá quando o veículo da frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que dobrará à esquerda.
Ou seja: Estudar também faz parte do processo de se dirigir adequadamente.
Mas, voltando ao assunto principal desta coluna, aprendi com Neil Peart em seu maravilhoso livro “Músicas Para Viagem” que, em inglês, há um acrônimo criado visando a segurança dos motociclistas, que se chama S.I.P.D.E.: scan (escanear), identify (identificar), predict (antever), decide (decidir) e execute (executar).
Ou seja: O motorista deve escanear o que está ao seu redor o tempo todo, identificar perigos em potencial e as aparentes intenções dos outros no trânsito, antever o que eles podem fazer, decidir como se proteger, depois executar a manobra necessária.
Resumidamente, essa é a “arte de prever desastres no trânsito”. Qualquer um que se considere apto a conduzir um veículo tem que ser capaz de observar uma situação, analisar os cenários possíveis e somente então realizar um movimento.
É por isso que quando vejo alguém numa moto usando bermuda, chinelo e camiseta sem mangas, fico horrorizado. Apenas torço para que tudo termine bem, pois esse tipo de pessoa é incapaz de imaginar o tamanho do estrago que sofrerão em caso de uma colisão ou queda, por exemplo.
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