Provavelmente você já ouviu dizer ou acredita que “não temos montanhas no Brasil”. Eu, inclusive, aprendi isso na escola!
Mas você sabe como elas são formadas? Com o movimento das placas tectônicas, que quando se encontram, provocam dobramentos na crosta terrestre. Esse fenômeno é chamado de orogênese.
Essas montanhas, que são dobramentos modernos, surgiram na Era Cenozóica, cerca de 65 milhões de anos atrás. Ontem, portanto, na escala de tempo geológica.
Estes dobramentos não existem no Brasil, mas a Cordilheira dos Andes e o Himalaia surgiram aí.
Mas existe um outro tipo de montanha, que são formadas por meio de erupções vulcânicas que acumulam a lava no entorno de sua cratera. Esse é o caso do Kilimanjaro na África, local famoso pelo conto “As Neves do Kilimanjaro”, de Ernest Hemingway.
Existe ainda, as que são formadas por “blocos de falhamento”, que mudam terrenos planos transformando-os em perfis escarpados, que depois ganham contornos montanhosos. Esse é o caso de Serra Nevada nos Estados Unidos.
Agora que já sabemos como “nascem” as montanhas, fica fácil compreender a sua definição, de acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de número 303, datada de 20 de março de 2002. Nesta resolução, se lê: “Elevação do terreno com cota em relação a base superior a trezentos metros”. Esta cota em relação a base superior é denominada de altura, que é diferente de altitude.
Altitude é a distância entre o nível do mar e a extremidade superior de uma montanha. Altura refere-se a base da montanha a extremidade superior do ponto mais alto.
O ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina, tem uma altitude de 2.995 metros, porém de altura, possui 1.000 metros.
Se para o CONAMA, montanha é tudo aquilo que tem uma altura superior a 300 metros, o Pico da Neblina e o Pão de Açúcar com seus 1.000 metros e 396 metros de altura, respectivamente, podem sim ser considerados como montanhas.
É de se dizer que as montanhas brasileiras são muito antigas, originadas há bilhões de anos atrás, como por exemplo, a Serra do Espinhaço, que é considerada a única cordilheira do Brasil.
Estas formações são consideradas como sendo “dobramentos antigos”, e que sofreram um grande desgaste pelos agentes externos ao longo de bilhões de anos.
Por esse motivo, as altitudes do relevo brasileiro são modestas e o topo de nossas montanhas não são pontiagudos, mas arredondados e não possuem neve em seu cume.