O ano de 2021 foi definitivamente surreal. Não obstante eu ter pegado COVID-19, ainda passei a vergonha de perder uma corrida de cadeira de rodas!
Tudo aconteceu quando eu estava indo a pé – ou melhor, a rodas – para a fisioterapia, naquela que seria a última sessão do ano.
Eu me concentrava em percorrer o trecho entre meu Escritório e a Fisioterapia, que tem 5 quarteirões no menor tempo possível, quando surgiu no horizonte, uma idosa também de cadeira elétrica.
E ela corria muito!
Todos os meus amigos sabem que eu tenho o pé (ou seria a mão?) pesado... Noutras palavras, corro pra caramba com a minha Freedom Millenium C. O referido trecho, em meu melhor tempo, fiz em 3 minutos e meio, o que não é ruim, já que tenho que parar em cada esquina para não correr o risco de morrer atropelado!
Como é incomum que eu me encontre com outros cadeirantes, em especial com os que tenham veículos elétricos, a cena me impressionou.
Considerando a má fama que os idosos têm de dirigirem vagarosamente, aquilo era ainda mais do estranho. Era um convite!
Esperei minha competidora se aproximar e fiz o que chamam de “largada lançada” no automobilismo.
Uma quadra depois, eu estava incrédulo e com minha moral no chão. Ela havia me vencido por ampla margem!
Considerando que a minha cadeira chega a mais ou menos 20 km/h, o que é impressionante para o caso em específico, creditei a derrota ao meu sobrepeso. É por isso que nos esportes de luta corporal, eles dividem os competidores por categoria! Eu sou um superpesado e ela, um peso-pena!
O brasileiro não tem sossego nem mesmo nas férias! Todo dia é um 7x1.
Minha adversária não tinha espírito esportivo, pois sequer me cumprimentou.