Estou aqui nesta coluna extra, para dizer o óbvio: O cara da vez é Sir Lewis Hamilton!
Gente, que final de semana de corrida foi esse? Primeiro tudo começou na etapa Sprint, que é uma corrida curta que está em teste pela Fórmula 1, para transformar o Treino Oficial em algo mais atrativo ao público e transmissões televisivas.
Somente em três oportunidades, a Sprint aconteceu nesse ano: Silverstone (Grã-Bretanha), Monza (Itália) e aqui no Brasil, em São Paulo. E foram três provas curtas incríveis, sobretudo a nossa.
O final de semana de Sir Hamilton não foi fácil. No treino de sexta, que valeria as posições para a corrida Sprint, o britânico conseguiu a pole, mas apesar disso teve que largar em último em razão de irregularidades encontradas na asa traseira de sua Mercedes. Fez uma corrida de recuperação e conseguiu chegar num brilhante quinto lugar.
Como trocou seu motor, iniciou a corrida de domingo em décimo, mostrou todo o seu talento ultrapassando o líder do campeonato, Max Verstappen, e venceu.
Sir Lewis sempre disse que se espelhava em Ayrton Senna, o autor de uma das frases que levo para a minha vida: “No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem-feita ou não faz”.
E no sábado, após um resultado não tão favorável, o Patrão Lewis disse: “Ainda não acabou". E realmente não tinha acabado, para a nossa sorte.
Faz exatos 23 anos que acompanho a F1, sem perder nenhuma Corrida ou Treino Oficial, e nunca vi um campeonato tão competitivo.
O auge do fim de semana foi, com certeza, quando após a vitória, Sir Lewis parou o carro para pegar uma bandeira do Brasil, e fazer uma volta assim como fazia o nosso Ayrton Senna do Brasil.
Não teve como conter as lágrimas.
E a nossa bandeira, a partir dali, fez parte do cenário, apesar de não termos um brasileiro disputando.
Lewis, pela atitude, foi punido em 5 mil Euros, pois para conseguir pegar a bandeira, teve que soltar o seu cinto de segurança, o que não é permitido enquanto o carro ainda está em movimento.
Quando, ainda dentro do cerimonial da vitória, Felipe Massa entrevistou Sir Lewis, ele nos deu uma lição de vida: “Acho que mostrei para todos que nunca podemos desistir. Temos sempre que continuar lutando, nunca podemos parar de lutar. Foi assim que pensei neste fim de semana. Parece que foi a primeira vez que venci uma corrida, porque fazia muito tempo que não chegava em primeiro”.
Sir Hamilton não é o atual líder do campeonato mundial, pois está 14 pontos atrás de Max Verstappen, da Red Bull. Esse é o seu campeonato mais disputado desde o primeiro, quando se tornou campeão sobre Felipe Massa, naquela fatídica corrida de Interlagos em 2008, quando conseguiu passar Timo Glock, da extinta Toyota, nos últimos metros, sob intensa chuva.
Mas ainda não acabou. Tenho certeza de que ele será oito vezes campeão mundial de F1. Pode não ser esse ano, mas será. E, assim, deixará de dividir com a lenda Michael Schumacher, o topo do Olimpo, para tornar-se único, o maior de todos os tempos.
Não posso deixar de mencionar antes de acabar esta coluna, que ter a F1 na Band é uma benção. Vivemos os últimos 40 anos da categoria na TV Globo, que já não mais conseguia fazer os nossos olhos brilharem.
A Band consegue valorizar a transmissão, fazendo com que os grandes vencedores sejamos nós, os fãs. E é por isso que conseguiu a liderança no IBOPE na hora da corrida, por quase 30 minutos, tendo se mantido em segundo lugar durante todo o dia. Foi no capricho, como diz o narrador Sérgio Maurício.