Que a grande mídia não tem escrúpulos, a gente já sabe. Eles adoram uma tragédia. Ainda mais se a vítima for jovem, bonita, rica e famosa, como é o caso de Marília Mendonça. Tanto que pouco se falou sobre as outras três vítimas fatais do acidente: O piloto, copiloto e empresário da cantora.
Não estou dizendo que a imprensa não deveria noticiar o acidente aéreo que ceifou a vida da moça, mas sim que deveria ser mais comedida ao fazê-lo.
Qual a necessidade de, por exemplo, 23 das 25 primeiras postagens do UOL às 00:35 do dia 7 de novembro serem sobre a tragédia com Marília Mendonça? As exceções eram uma propaganda do novo Windows 11 e uma matéria sobre COVID-19.
Os grandes órgãos de imprensa, sem exceção, agem como abutres em cima de um cadáver insepulto porque isso é exatamente o que a população gosta. E se gostam, dão cliques. Cliques geram dinheiro. No fim, tudo é por dinheiro.
Só que por trás da cantora famosa e querida por muitos, havia a filha de alguém, a mulher de alguém e a mãe de uma criança com dois anos incompletos. Qual a necessidade de expor seu corpo na televisão? Realmente é preciso falar de todos os aspectos – positivos e negativos – de sua vida?
Apenas deixem a poeira baixar, os corações se acalmarem e os familiares acharem uma forma de passar por esse momento tão difícil para, posteriormente, encontrarem uma forma de seguirem com suas vidas.