Um assunto muito grave, mas quase sempre ignorado pela sociedade, é o desaparecimento de pessoas.
Não estamos falando de cinema ou de ficção científica. Estamos falando de realidade.
Todos os dias no Brasil, cerca de 217 pessoas somem, segundo o Anuário de Segurança Pública de 2020. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, apenas no ano passado, 79.275 pessoas simplesmente desapareceram.
Desesperador, não? Ainda mais se essa pessoa for sua avó que sempre viveu no sítio e não sabe se virar na cidade grande. Se for seu pai com Alzheimer ou até mesmo sua filha de cinco anos, que por um descuido seu, encontrou o portão aberto, por exemplo.
Após a constatação do fato, você deve imediatamente avisar a Polícia. Nada de ter que esperar 24 horas ou coisa que o valha. Na verdade, as primeiras 48 horas são fundamentais para a localização de uma pessoa.
Mas e depois? O que acontece? Quem procura o seu ente querido?
Além de você, sua família e amigos, na grande maioria das cidades do Brasil, a Polícia. O pessoal da Assistência Social também costuma ajudar.
Mas só a Prefeitura de São Paulo tem um Servidor e mais dois auxiliares na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, para cuidar especificamente dessa questão.
Seu apelido é Darko Hunter e ele é o criador do sistema de alerta de desaparecimento em abrigos Municipais daquela Prefeitura.
Darko, de 36 anos, tem como missão diminuir desaparecimentos e aumentar reencontros. Seu trabalho começou há sete anos. Desde então ele passa o dia em frente ao computador, atendendo ligações e circulando pela cidade.
Darko tem uma metodologia de trabalho interessante e muito bem definida. Buscar pessoas desaparecidas por delegacias, hospitais, abrigos e até mesmo necrotérios faz parte de sua vida.
Ele sempre está onde seu público estaria, potencialmente.
Buscar desaparecidos nas filas para entrega de refeições para pessoas em situação de rua, por exemplo, funciona muito bem. Ano passado Darko ajudou a achar 579 desaparecidos assim.
Mas nem sempre um desaparecimento é acidental. E Darko sabe disso. No início do ano, por exemplo, ele recebeu uma ligação de um senhor, queixando-se do desaparecimento da esposa. Depois de algumas pesquisas, ele descobriu que, na verdade, ela tinha fugido por sofrer violência doméstica. A vítima havia feito o cadastro em um albergue horas antes, fugindo do marido.
Como situações assim são bastante comuns, foi ele quem desenvolveu um sistema que emite alertas sempre que um dos nomes da lista de pessoas desaparecidas faz cadastro em serviço público.
Os novos casos, cerca de 100 a 150 por mês, aumentam quando ocorrem as campanhas de conscientização, porque são expostas as fotos dos desaparecidos nas TVs instaladas dentro dos vagões do Metrô.
A missão de Darko teve início em 2007, quando ainda atuava no Serviço Especializado de Abordagem Social da Prefeitura de São Paulo, oportunidade em que sua tarefa era abordar e encaminhar pessoas em situação de rua para centros de acolhida.
“Encontrava várias pessoas que estavam nas ruas por conta de problemas relacionados a saúde mental. Decidi auxiliá-las indo atrás das famílias, proporcionando o retorno delas para suas casas. Por conta disso, acabei firmando uma parceria com o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa”, explica.
Se você se interessou pelo assunto, recomendo que assista a entrevista que ele deu para o Flow, maior programa de entrevistas da Internet na atualidade: https://youtu.be/z95fV-EKwz4
Se você acha que os serviços do Darko lhe serão úteis, o site dele traz diversas formas de contato: http://www.darkohunter.com/