(Literatura de Cordel)
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Hoje o que assistimos
Nos estádios, nas arenas
E redes televisivas
Como diversão apenas
São os jogos seculares
Competições milenares
Com origem em Atenas.
Hércules, da deusa Hera
(esposa do seu pai, Zeus)
Satisfaz todos os desejos
Mas, sem esquecer os seus
Às Olimpíadas da margem
E com elas uma homenagem
Presta ao seu pai, um deus.
Assim na Grécia Antiga
A competição sadia
Vem com os Jogos Olímpicos
(segundo a mitologia)
Após o sono profundo
Tais jogos voltam ao mundo
Com a mesma filosofia.
E o acontecimento
Com expressão popular
De nome Jogos Olímpicos
Traz de modo exemplar
A disputas respeitosas
Ao mesmo tempo ardorosas
Pro ser humano elevar.
II
Essa jornada atlética
Emblemática se oferece
Para a primeira prova
E a História esclarece:
Quem a ganha é o Corobeu
Que em busca do apogeu
Corre nu e acontece.
Assim nasce em Olímpia
Com sinais ritualísticos
Essa grandiosidade
Chamada Jogos Olímpicos
Que visando a amizade
Exalta a liberdade
E os seus aspectos líricos.
A intenção desse evento
Cultural e tão antigo
É mostrar o adversário
Não como um inimigo
E dando ênfase aos brios
Classifica os desafios
Como luta e não castigo.
Vários tipos de embates
Nos jogos são praticados
Inclusive a maratona
Sempre com bons resultados
Ao trazer competidores
De excelentes valores
E atletas consagrados.
III
Nas disputas o pancrácio
Provoca atenção geral
Hoje sendo vale-tudo
Ainda é colossal
Porém os Jogos Olímpicos
Mostrando ter fins pacíficos
Têm a paz como ideal.
Vestidos de armaduras
Os atletas também correm
Por cento e noventa metros
Porém ir mais longe podem
E nas corridas com bigas
Ou mesmo com as quadrigas
Às premiações concorrem.
Entre as competições
Que no íntimo são destaques
Acham-se aquelas lutas
Marcadas por contra-ataques:
Palé (a greco-romana)
E o pýgme (box) gana
Quando parte pros ataques.
Nos jogos há o pentatlo
(união de cinco esportes)
O lançamento de discos
E dados (esses são fortes...)
Corridas, saltos e lutas
Incrementam as disputas
Valorizando os desportes.
IIII
Sendo esquecido no tempo
Esse atletismo tem fim
Porém Pierre de Fredy
O Barão de Cobertin
Querendo os jogos de novo
Diz com garantia ao povo:
Os jogos vão voltar, sim!
O Pierre acredita
Nesses jogos praticados
Dando confiança aos jovens
Que deles sendo aliados
Ao traduzirem respeito
São fiéis ao direito
Mostrando-se civilizados.
Na reunião francesa
Que fala do atletismo
O Pierre (paraninfo)
Defende o modernismo
E assim de peito aberto
Apresenta o seu projeto
Com bastante otimismo.
Dois anos após o encontro
Continua o processo...
Em um oito nove quatro
(ano que houve o congresso)
Esses jogos ao povo
Com tocha olímpica de novo
Retornam e fazem sucesso.
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Maurício de Barros
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Cordel são folhetos contendo poemas populares,
expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o
que deu origem ao nome. Os poemas de cordel são escritos
em forma de rima e alguns são ilustrados com xilogravuras.
A Literatura de Cordel recebeu o título de Patrimônio Cultural
Imaterial Brasileiro no ano de 2018 e teve sua origem nas regiões
Nordeste e Norte e hoje já é difundida em todo território nacional,
atestando sua relevância cultural para nós brasileiros.
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Membro Benemérito na Academia Brasileira de Literatura de Cordel,
o poeta Maurício de Barros nasceu na cidade de Ribeirão, Pernambuco
e elegeu a cidade paulista Avaré há mais de trinta anos para viver com
a sua esposa Leico Kikuti de Barros. Possui forte atuação e se destaca na
cidade com suas publicações, exposições, prêmios e pela simpatia ímpar.
É membro fundador do Centro Literário Anita Ferreira de Maria, possui
6 livros publicados e mais de 270 livretos de cordel autorais com temas
variados.