Em uma aldeia adormecida sob um véu de névoa, vivia um jovem chamado Tomás, cujo coração pulsava com a chama da curiosidade e a mente fervilhava com a magia da imaginação. Desde cedo, Tomás vagava pelos campos e florestas, observando os segredos da natureza e tecendo histórias fantásticas em sua mente ávida.
Noite após noite, enquanto o luar prateado cobria a terra, Tomás se entregava aos braços dos sonhos. Em uma dessas noites, um sonho extraordinário o arrebatou para um mundo mágico, um reino onde a realidade se curvava à vontade da sua imaginação.
Criaturas fantásticas, com escamas cintilantes e asas que desafiavam o céu, vagavam pelas florestas exuberantes. Castelos majestosos, com torres que tocavam as nuvens e portões que se abriam para jardins de flores eternas, se erguiam no horizonte, convidando-o a entrar em seus segredos. Rios de chocolate fluíam pelos vales verdejantes, seus aromas doces impregnando o ar com uma tentação irresistível.
Neste mundo mágico, Tomás era livre. Ele podia voar entre as nuvens, conversando com os animais que falavam a sua língua e dividindo segredos com as estrelas. Seus desejos, por mais improváveis que parecessem, se tornavam realidade ao toque de sua imaginação.
Dias se transformaram em semanas, e semanas em meses, enquanto Tomás se aventurava por cada canto desse reino onírico. Ele conheceu amigos inimagináveis, enfrentou desafios emocionantes e desvendou mistérios que jamais havia sonhado. A cada dia que passava, o jovem se sentia mais livre, mais feliz, mais vivo do que jamais se sentira antes.
No entanto, em meio à alegria e à aventura, uma saudade começou a apertar o coração de Tomás. Ele ansiava pelo calor humano da sua aldeia, pelo aconchego da sua cama e pelo sorriso de sua família. Percebeu que, apesar da beleza e da magia do mundo dos sonhos, nada se comparava ao amor real e à simplicidade da vida que ele conhecia.
Com o coração apertado, mas a alma enriquecida pelas experiências vividas, Tomás decidiu voltar para casa. Ele se despediu de seus amigos fantásticos, prometendo guardar para sempre as memórias daquele mundo mágico. Com um último olhar para o céu infinito, onde as estrelas cintilavam como diamantes, ele fechou os olhos e se entregou ao sono.
Ao despertar, Tomás se viu de volta em sua cama, sob os raios dourados do sol que se espreguiçavam pela janela. Uma sensação de revigoração e paz o inundou, e novas ideias brotaram em sua mente como flores desabrochando na primavera. As aventuras do sonho o haviam inspirado, motivado e enchido de esperança para perseguir seus sonhos na vida real.
A partir daquele dia, Tomás nunca mais olhou para o mundo da mesma maneira. Ele carregava consigo a certeza de que, dentro de cada um de nós, existe um universo mágico à espera de ser explorado, basta ter a coragem de sonhar. E, acima de tudo, ele aprendeu que a verdadeira felicidade não reside em lugares distantes ou em bens materiais, mas sim no calor das pessoas que amamos, nas experiências que compartilhamos com elas e no amor verdadeiro que levamos conosco.
*Por André Guazzelli