Natal é dia de nascimento ou tempo de renascer na esperança de ser uma pessoa melhor e mais devotada àqueles a quem se deve amor e honestidade – ou de continuar sendo aquele velho e consumado fdp!
Essa quarta-feira não é banal. Pois o calendário fez que uma repetitiva quarta-feira coincidisse com a incomparável natalidade do Salvador. Do Deus que se fez homem para redimir pecados e sofrimentos de nossos corações enclausurados pelos egoísmos físicos sem os quais não existiríamos.
Um Deus mortal é o símbolo maior das nossas questões coletivas e pessoais contidas na combinação apaixonada, que todos nós carregamos, de ruindade e bondade, generosidade e sovinice, sofrimento e felicidade.
Só o “Homo humanus” aquilata a gloriosa generosidade do paradoxo de um Deus que morre por nós e, como homem, vive as nossas contradições, acolhendo na própria carne a nossa finitude.
A humilde quarta-feira acolhe, por razões de um rotineiro calendário, um nascimento sagrado que obriga a festejar o 25 de dezembro como data do surgimento neste mundo de amargura – vale de lágrimas – do Homem Deus que veio provar o valor da doação e da caridade. A reunião do profano semanal com o brotar de uma nova era é uma inspiração para a humanidade. Essa humanidade que critica o otimismo desenfreado do progressismo porque sabe dos seus limites, traço distintivo de quem busca a sabedoria e tem a coragem de compreender que, sem a morte, não há História.
O Natal lembra que a nossa vida é fugaz. Seremos todos esquecidos, mas o amor pode, de quando em vez, nos trazer de volta, como aprendi com Thorton Wilder. E o melhor presente de todos, e desse Papai Noel que existe não existindo, é o respeito, o amor e a honestidade com que exercemos os papéis que afiançam nossas vidas e a vida dos que dependem de nós.
Que você, eventual leitor, tenha um Feliz Natal com a mensagem do amor universal de Cristo, Nosso Senhor em humanidade e esperança.
*Por Roberto Ramatta