• Minas Gerais, o jeito de mineiro de ser

    381 Jornal A Bigorna 01/09/2024 19:10:00

     

    Neste relato de nossa viagem a São Joao Del Rei, cidade histórica a 850 km de Avaré, curtimos o jeito mineiro de ser. Minas é tudo de bom: cidades históricas lindíssimas, comida maravilhosa, botecos descolados, paisagens de tirar o folego e, em especial, o jeito mineiro de receber os viajantes.

    No nosso primeiro dia, resolvemos retornar à cidade de Resende Costa, uns 40 km de São João Del Rei, que já conhecíamos de 2022. É conhecida como a capital de tecelagem. A cidade tem a lagartixa como seu símbolo, fazendo referência lúdica ao município de Resende Costa há mais de um século. “Nas últimas décadas nós passamos a usar a lagartixa como um produto turístico, que atrai a atenção das pessoas, ajuda a alegrar a nossa cidade, gera boas histórias para os visitantes e chama a atenção para o município, principalmente nas várias fotos dos turistas com a nossa mascote, as quais circulam pelas redes sociais”, destacou o vereador Fernando Chaves, autor do projeto de lei que adotou a lagartixa como símbolo oficial da cidade em 2022. Em quase cada esquina e estabelecimento comercial tem uma imagem estilizada do bichinho, que dá um ar bem lúdica às ruas principais.

    O comércio da cidade é vibrante, os preços são assustadoramente baixos, e a oferta de produtos de tecelagem são enormes. Más o comércio vai além de produtos de tecidos. Tem muito artesanato, cheio de cores e detalhes. Todas as lojas têm um atendimento bom (pelo menos, não fomos mal atendidos em nenhum comércio).

    Dois anos atrás, tínhamos comprado umas panelas para o nosso estabelecimento, e queríamos aproveitar a viagem para completar os nossos equipamentos. Procurando a loja de equipamentos de cozinha na rua principal, descobrimos que estava fechada. E agora? Aí surgiu mais uma vez o jeito mineiro de ser e atender. Paramos uma moça na rua e perguntamos se ela sabia onde tinha uma loja com esses tais utensílios. Indicou duas, que como mencionei antes, estavam fechadas. Aí ela me disse que tinha uma loja um pouco fora do centro e indicou o caminho: “na vidraçaria vira a direita, sobe o morro, vire a direita de novo e em seguida vira duas vezes a esquerda. É a loja do Gerson, meu noivo trabalha lá. E tem mais, os preços são bem melhores que aqui no centro”.

    E lá fomos. Na vidraçaria a direita, uma descidona, um subidona, e diversas saídas a direita. Qual entrar? Por via das dúvidas, perguntamos a um rapaz na rua, que prontamente respondeu:  “levo vocês até lá”. Subiu na moto, virou uma das ruas à direita, virou duas vezes à esquerda e lá surgiu a tal loja, que tinha aparência de armazém. Grata surpresa: um sortimento grande de panelas e acessórios de cozinha, exatamente o que precisávamos. Um atendimento impecável, preços excelentes.

    Feito as compras, íamos procurar um lugar para almoçar, e nada melhor que perguntar ao pessoal da loja. A moça pensou e acabou dizendo: “tem tal lugar, más a comida é cara e não é boa, naquele outro restaurante também não vale a pena. Vou indicar uma padaria no centro, que tem comida boa e com preço legal. Sempre pego marmita lá.” E lá fomos, seguindo as recomendações da moça. De fato, apesar de ser tarde, comida excelente, feita com carinho, e um valor muito razoável.

    Tentamos descrever um pouco do jeito mineiro de ser. Semana que vem, teremos mais dicas sobre esta região de Minas Gerais, que vale a pena conhecer, assim como mais relatos sobre este jeito peculiar dos moradores desta região.

    *Por Lambertus (O Holandês)

     

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