• MDB se movimenta de olho na vice de Lula em 2026 e acirra tensão com PSB

    334 Jornal A Bigorna 08/02/2025 13:00:00

    A recente sinalização por parte do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), de que poderia vir a pleitear a vaga de vice em uma chapa de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição acirrou uma tensão do MDB com o PSB de Geraldo Alckmin, que atualmente ocupa o cargo. Na quarta-feira, o presidente afirmou que não pode definir agora a chapa para 2026 e que não há um prazo para que isso ocorra. Se, por um lado, isso pode esfriar a disputa, por outro sinaliza que Alckmin não tem necessariamente um lugar cativo.

    No MDB, lideranças partidárias têm dito reservadamente que, dado que diretórios importantes do partido no Sul e no Sudeste tendem a se opor a uma nova aliança com Lula, o presidente só garantiria um apoio partidário se o lugar de vice ficasse com um emedebista.

    O MDB paulista, o gaúcho e o goiano são hoje os mais resistentes a uma aliança nacional com o PT em 2026. Do outro lado, defendem o apoio a Lula os diretórios da região Nordeste, em especial o de Alagoas (dos Calheiros); e os do Pará (dos Barbalho) e Amazonas (de Eduardo Braga).

    Outros cotados

    Além do ministro dos Transportes, são citados como possíveis nomes para a vice o governador do Pará, Helder Barbalho, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Os dois, no entanto, também podem disputar vagas ao Senado. Aliados próximos à ministra do Planejamento afirmam que ela não se vê como favorita ao cargo. Dizem, porém, que uma eventual candidatura de Michelle Bolsonaro à presidência ou à vice poderia fortalecer o nome de Tebet para uma chapa lulista.

    Ainda na quarta-feira, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, que deixará o cargo neste ano e apoia o prefeito de Recife, João Campos, como sucessor, disse em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” que “a experiência com o MDB inclusive não é das melhores na história” e que achava um erro uma troca de vice. O MDB respondeu com uma nota oficial elevando o tom da disputa. O texto diz que o partido “fez compromisso colaborativo-propositivo com o país” e que “não é biruta de aeroporto”.

    “Ao longo de 2016, o PSB mudou de posição e, na última hora, votou a favor do impeachment da Dilma. Até meados de 2018 e 2020, lideranças do PSB agrediam Lula e diziam que ele queria ‘voltar a cena do crime’ para, em 2022, mudar de novo e virar companheiro de chapa ao Planalto”, afirma o texto.

    Um aliado do presidente do MDB, Baleia Rossi diz que a nota não tem como objetivo defender uma mudança de vice, mas sim defender o partido de crescentes críticas do PSB.

    —Mas temos o direito e o dever de defender a recondução do vice presidente Geraldo Alckmin, caso o presidente Lula seja candidato à reeleição. Isto é unânime no PSB —afirmou. (Do Globo)

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