O ex-governador Márcio França (PSB) já informou ao comando do PSB e a candidatos do partido que concorrerá ao Senado pela chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT) ao Governo de São Paulo.
O anúncio oficial está programado para acontecer ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva no sábado (9), durante ato em Diadema, primeiro município paulista a ser governado pelo PT.
Nas conversas, França justificou sua decisão alegando que Haddad está na frente nas pesquisas ao Governo de São Paulo. Ele lembrou que a liderança era um dos critérios defendidos por ele para definição do cabeça de chapa.
França contou que impôs como condição ser o único candidato do Senado na coligação.
O ex-governador relatou ainda o papel da mulher de Lula, Rosângela da Silva, a Janja, para o desfecho durante almoço no domingo (3).
À mesa, Lula, França, Haddad e o ex-governador Geraldo Alckmin estavam acompanhados de suas mulheres.
Segundo o relato, Lúcia França, mulher do ex-governador, fez críticas ao PT, afirmando que o partido não cumpre acordos políticos.
Janja interveio antes mesmo que Lula se manifestasse. Pedindo licença, ela disse que não sabia como funcionava antes de sua chegada ao convívio partidário. Mas que daria sua palavra para que o acerto fosse cumprido.
Lula sugeriu que a aliança fosse anunciada ali mesmo. Mas França disse que pretendia conversar com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, antes do anúncio formal.
A conversa deve acontecer nesta quarta-feira (6). No almoço, os quatro tiraram uma foto que sela a aliança. Mas ela só deverá ser divulgada por França depois da conversa com Kassab.
Hoje, a tendência é que o PSD se alie ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Governo de São Paulo.
França insiste em uma composição com o PSD, sob o argumento de que seria fundamental para uma vitória em São Paulo.
O ex-governador defende a participação do PSD na chapa, sugerindo que Kassab seja seu suplente na disputa ao Senado. Outra alternativa seria oferecer ao PSD a cadeira de vice de Haddad.
Kassab afirma, no entanto, que o PSD discute duas opções na corrida estadual, além do lançamento de uma candidatura própria.
Segundo Kassab, uma alternativa seria o apoio da candidatura de França ao governo. Outra hipótese em debate é a aliança com Tarcísio.
Os próprios petistas reconhecem que, ainda que quisesse se aliar a Haddad, Kassab não teria adesão da bancada do PSD, correndo risco até de perder o controle partidário.(Da Folha de SP)