Liturgia do André #  47 — “Bergoglio, um homem fora de seu tempo”

Jorge Maia Bergoglio não era um ‘homem normal’, o papa era uma pessoa fora de seu tempo, de nosso tempo, muito à frente do que possamos imaginar o que é ser uma pessoa, onde oo egoísmo, misoginia violência, guerras e principalmente o — dinheiro — é quem manda no mundo e no poder.

Com a morte de um dos principais diplomatas da última década, um Chefe-de-Estado, carismático e engajado teve papel transformador na Santa Sé, essa postura não se aplicou apenas à doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, mas também em recuperar o aspecto diplomático de seu trono.

Por tais posturas, teve detratores e críticos, até mesmo dentro de sua igreja, mas um número ainda maior de admiradores, inclusive de outras religiões.

Francisco também buscou o diálogo ecumênico. Seu encontro com o Patriarca de Moscou foi o primeiro desde 1054. Também dialogou com outras religiões, sendo muito respeitado em países muçulmanos.

Religiosamente era uma referência de grande importância, embora tivesse também àqueles que não admitem diversidades e, assim, se arrogavam a achar que apenas suas opiniões e de seus amigos são as verdadeiras.

Francisco exibiu símbolos palestinos na Basílica de São Pedro e mantinha contato constante com as igrejas em Gaza. Francisco recebeu líderes israelenses e palestinos, judeus e muçulmanos, orou no Muro das Lamentações e no Muro da Vergonha, reconheceu a Palestina como Estado. Infelizmente, não conseguiu a paz.

Sua vida não é uma mera coincidência que foi um papa nascido em um país periférico que tomou para si a missão de visitar países nunca dantes visitados e construir relações em prol dos mais afetados pelo século XXI, vestido apenas de branco, distante da pompa de seu antecessor.

Quando penso na existência, de um Deus ou não deus, não tenho certeza de nada, entretanto, admiro ‘homens’ que estiveram aqui para ensinar que o cuidado pela vida , vale muito mais que o dinheiro e o poder.

Independente da religião, ou falta de, de cada um, Francisco será lembrado também como:

 “Um Papa que ensinou o amor à vida do próximo”