Liturgia do André # 39 — A guerra e o golpe
Mundo em guerra
Parece que a grande parte de mundo, já se esqueceu que estamos em guerra, a maior desde a 2ª Guerra Mundial. O fato é que o homem se esquece fácil de coisas importantes e dá altos papos pra fofocas, ou como dizem, isso não é problema meu. Mas é, e muito, porque vivemos numa cadeia-humana de sobrevivência. A Rússia ampliou os ataques a Ucrânia, ao passo que os EUA deu aval para que este use os misseis táticos contra o louco-Putin; a resposta veio logo, e um míssil intercontinental com 4X a velocidade do som atingiu a Ucrânia. A Finlândia a Noruega e Suécia (Membros da OTAN), vizinhos de Vladimir, já temem pelo pior, na qual caminha a passos rápidos, num ritmo que pode nos levar a uma guerra ainda mais sangrenta colocando todos os países em ‘xeque’.
O Golpe
Explodiu mais que uma bomba, mas uma verdadeira artilharia contra os ‘golpistas graúdos’, assim que a PF elucidou o plano maluco de matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Militares foram presos (Braga Neto, vice na chapa) derrotada de Bolsonaro deveria estar na cadeira também). Cid voltou com mais medo de ser preso por omitir que um grupelho de bandidos liderados por malucos queria um golpe de estado para colocar um dos piores políticos que já se viu no Brasil, o Mito queria o golpe, ou seja, o bandido já tinha seus articuladores, mas as “armas do tempo” fizeram com que, não caíssemos num golpe de estado liderado por bandidos-políticos.
Em falar no general-poltrão Braga Neto, não é perguntar o que vai acontecer com ele, mas porque ele ainda não foi preso?
Elio Gaspari
Todo golpe fracassado é ridículo e todo golpe vitorioso é heroico. O de Jair Bolsonaro fracassou. Passados dois anos, o Brasil livrou-se das turbulências militares chacoalhadas a partir do Palácio do Planalto. Isso não é pouca coisa.
A Polícia Federal divulgou uma representação de 221 páginas, prendeu quatro pessoas, inclusive um general da reserva, e indiciou 37 cidadãos. Bolsonaro encabeça a lista onde estão quatro ex-ministros, três dos quais com altas patentes militares. A Justiça decidirá o que fazer com cada um deles. Sabendo-se como o Judiciário baixou o pano da Operação Lava Jato, é melhor economizar expectativas.
Pode-se olhar de duas maneiras para o golpe de Bolsonaro. Primeiro, por que fracassou. Depois, como ele tentou ficar de pé. Fracassou porque pretendia cancelar o resultado das urnas e, até por isso, não teve o apoio de comandantes militares relevantes.
De perfil, vestido de terno escuro, camisa branca e gravata listrada em tons azuis, Bolsonaro, um homem branco, de cabelos castanhos. Ao fundo, desfocados, vários militares fardados
Na conta de um coronel palaciano, no dia 17 de dezembro de 2022, o placar no Alto Comando do Exército era o seguinte: "Cinco [generais] não querem, três querem muito e os outros [sete] zona de conforto. É isso. Infelizmente".
Quando militares se metem na política e vivandeiras civis se metem nos quartéis, brilham os generais falantes (quase sempre da reserva). Como os profissionais não falam, tornam-se invisíveis, mas decidem as paradas.
O golpe de Bolsonaro tinha um núcleo golpista, essencialmente palaciano. Seus generais e coronéis comandavam os motoristas de seus carros oficiais. A eles juntaram-se milhares de vivandeiras acampados diante de quartéis.
Em julho de 2022, quando Bolsonaro levantava o fantasma de uma possível fraude na eleição de outubro, o comandante do Exército, general Freire Gomes, disse, numa reunião, que não tinha notícias de irregularidades. Dois dias depois do segundo turno, ao ser consultado sobre a minuta de um golpe subsequente à decretação do estado de defesa, ele condenou a ideia.
Nas semanas seguintes, Bolsonaro acreditou que suas vivandeiras atropelariam os oficiais que pretendiam respeitar o resultado das urnas. Enganou-se.
No dia 6 de dezembro, o caminhoneiro Lucão, acampado na frente de um quartel, escreveu ao general Mário Fernandes: "O povo aqui em São Paulo começou a desistir já, cara. Já tem barraca sendo desmontada. Né? As pessoas têm trabalho, têm convívio social, o pessoal não tá mais aguentando não, cara. 35 dias nas ruas. Eu mesmo tô desmotivado (...) Esses três últimos dias tomando chuva direto lá, cara, voltando pra casa, porra. (....) Sapato encharcado, roupa encharcada".
O general Fernandes foi preso na quarta-feira e precisa de bons advogados. Ele estava na reserva do Exército e na ativa como palaciano. Era o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e foi um ativo articulador do golpe.
Frequentava o acampamento de Brasília e, uma semana depois do segundo turno, imprimiu no palácio o plano "Punhal Verde-Amarelo", um manual para o levante. Previa a possibilidade de atentados contra Lula e Geraldo Alckmin, seu vice. Isso e mais um ataque ao ministro Alexandre de Moraes.
Elio Gaspari 2
Todo golpe fracassado é ridículo
Cinco dias depois da impressão do "Punhal Verde-Amarelo", o major Rafael Martins, que servia no Batalhão de Operações Especiais, trocou mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro.
Discutiram os recursos necessários para tocar o bonde e concluíram que seriam necessários R$ 100 mil. Não se sabe se algum dinheiro apareceu, nem de onde veio, mas no dia 7 de dezembro, o major comprou um iPhone 12, pagou R$ 2.500 (em espécie) e colocou o aparelho em nome da mulher. Era um modelo caro. Seria usado para iludir a vigilância.
Nesses dias, Lula e o ministro Alexandre de Moraes eram campanados. No dia 9, uma equipe de seis militares começou a chegar a Brasília. Usavam codinomes e se comunicavam por celulares.
Primeiro veio a Áustria (major Rodrigo Azevedo, preso na semana passada). Na noite de 12, a sede da Polícia Federal foi atacada. Visitando um acampamento, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, garantiu: "O Bolsonaro não vai decepcionar ninguém".
Isso que vocês querem no colégio militar?
Aos úteis que defendem o colégio militar: “Diretor de colégio militar e PMs são afastados após marcha com estudantes cantando palavras de ódio, onde os alunos aparecem cantando versos que fazem referência a atos violentos: 'Se eu não te matar, eu vou te prender'. O momento foi guiado por um policial militar que puxou o canto, enquanto os estudantes repetiam”.
A linguagem é meu divertimento
Ler Flávio Bolsonaro dizendo que tudo é invenção contra seu papai, é muito divertimento – os golpistas aos poucos estão caindo. Já Carlos Bolsonaro está perguntando nas redes por onde anda Mourão, o ex-vice; com certeza deve estar com lampejos de lucidez de não estar no meio dos golpistas-graúdos.
Frase simples e profunda
A frase de Eliane Cantanhêde: 'Bolsonaro encerra a vida pública como começou: tentando explodir o Exército e a democracia'