Morreu, em Salvador (BA), nesta última quarta-feira, Ricarte da Costa Pestana aos 106 anos, um dos brasileiros enviados para lutar na Itália na Segunda Guerra Mundial. O ex-pracinha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) participou dos combates de Monte Castelo e Montese, como atirador de metralhadora, segundo o 15º Batalhão de Infantaria Motorizado, que lamentou a morte do combatente em suas redes sociais.
De acordo com o censo da Casa da Força Expedicionária Brasileira, cerca de 48 veteranos da luta na Europa ainda estavam vivos em outubro de 2023, assim como outros 97 participantes das operações de Defesa do Litoral.
Ao completar 102 anos, em setembro de 2023, Pestana foi homenageado pelo Comando da 6ª Região Militar. Uma banda foi enviada à residência do ex-militar e executou a Canção do Expedicionário, o Hino Nacional e os "Parabéns pra você". Nascido em Nazaré das Farinhas (BA), ele entrou na FEB aos 19 anos.
"Eu não queria morrer, tinha medo. Aí, eu disse: ‘Ah, vou ficar na retaguarda’. Fiz o curso de metralhadora, passei em 2º lugar em todo o Brasil, para você ver a vontade que eu tinha", disse Pestana ao site Aratu On, no ano passado.
Sobre o combate de Monte Castelo, um dos principais nos quais as tropas brasileiras se envolveram, Pestana afirmou ao veículo que foi seu "batismo de fogo". Mas ele considerava, no entanto, a batalha de Montese pior. "Foi onde eu sofri (...) Lutas na cidade toda. Nenhuma tropa podia avançar em Montese, porque os alemães bombardeavam todo mundo", lembrou.
Fora do Exército, ao retornar ao país, Pestana se tornou diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Dendezeiros e também foi ocupou a direção do Departamento de Estatística da Bahia.(Do Globo)