• Diretor de presídio para policiais civis é afastado após achar celulares e dinheiro

    148 Jornal A Bigorna 05/02/2025 11:00:00

    Guilherme Solano, diretor do Presídio Especial da Polícia Civil de São Paulo, na Zona Norte da capital paulista, foi afastado do cargo após uma operação da corregedoria do órgão com o apoio do Ministério Público (MP-SP) encontrar dezenas de aparelhos celulares e dinheiro escondidos no local.

    A operação foi deflagrada nesta terça-feira e teve como alvos iniciais os policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como “Xixo”, e Valmir Pinheiro, conhecido como “Bolsonaro”, do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). Ambos estão presos desde setembro sob acusações de integrarem organização criminosa para a prática de crimes contra a administração pública, usura, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Os dois foram delatados por Antonio Vinicius Gritzbach, ex-integrante do esquema de lavagem do PCC que foi assassinado em novembro, na saída do Aeroporto de Guarulhos (SP).

    Os investigadores apreenderam 23 celulares, 14 carregadores, 26 fones de ouvido, 11 smartwatchs, R$ 21.672,15, cédulas de dólar e euro, um notebook e porções de drogas no presídio, administrado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A unidade tem atualmente 69 policiais detidos.

    Paralelamente às buscas no presídio, integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP e da Corregedoria da Polícia Civil também cumpriram ontem buscas contra o delegado de classe especial Alberto Pereira Matheus Junior, suspeito de receber pagamentos de dois subordinados que também estão presos por denúncias surgidas na delação de Gritzbach: o delegado Fabio Baena e o investigador Eduardo Monteiro.

    Além de Xixo e Bolsonaro, outros cinco policiais civis estão presos por conta de investigações que orbitam o caso Gritzbach: Baena e Monteiro, e os investigadores Marcelo Ruggieri (Xará), Marcelo de Souza (Bombom), e Rogério de Almeida (Rogerinho).

    Também estão presos quatro civis suspeitos de envolvimento com a morte de Gritzbach, e 17 policiais militares, dos quais três teriam atuado diretamente na execução do delator (dois delatores e um motorista) e 14 atuavam na escolta clandestina contratada por Gritzbach para sua família.

    O inquérito policial militar sobre a atuação desses PMs foi encaminhado nesta quarta-feira à Justiça Militar. No documento, ao qual o GLOBO teve acesso, 14 foram indiciados pelo crime de organização criminosa e três pela organização para a prática de violência, artigo 150 do Código Penal Militar.

    Em depoimento à Corregedoria, o 1° tenente Giovanni de Oliveira Garcia, chefe da escolta privada de Gritzbach, admitiu que conhecia as atividades ilícitas do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) e de policiais civis.(Do Globo)

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