• Cresce consumo de bebida e drogas por adolescentes; cai uso de preservativo

    1272 Jornal A Bigorna 13/07/2022 09:00:00

    Mesmo antes da pandemia, os jovens brasileiros já estavam mais vulneráveis, se cuidando menos e se expondo mais a riscos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), divulgada na manhã desta quarta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos dez anos, houve um aumento no consumo de álcool e drogas e uma redução significativa no uso de preservativos nessa faixa etária.

    O trabalho comparou os dados das quatro edições da pesquisa, 2009, 2012, 2015 e 2019. Foi feito com alunos do nono ano do ensino fundamental (entre os 13 e os 17 anos) das redes pública e privada em todas as capitais brasileiras. Envolveu 159 mil pessoas. Embora tenha sido feito antes da pandemia, o trabalho já indica uma crescente vulnerabilidade entre os jovens, que pode ter aumentado depois da crise sanitária.

    A experimentação de bebida alcoólica cresceu de 52,9% em 2012, para 63,2% em 2019. O aumento foi mais intenso entre as meninas (de 55,0% para 67,4% no mesmo período) do que entre os meninos (de 50,4% para 58,8%). O consumo excessivo de álcool (quatro doses para as meninas e cinco para os meninos em um mesmo dia) também aumentou. Foi de 19,0% em 2009 para 26,2% em 2019 entre eles e de 20,6% para 25,5% entre elas.

    A experimentação ou exposição ao uso de drogas cresceu em uma década. Foi de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019.

    A saúde mental dos jovens em 2019 – portanto antes da pandemia e do isolamento social – já era considerada preocupante, sobretudo entre as meninas. Pelo menos 45,5% delas (contra 22,1% deles) relataram a sensação de ninguém se preocupar consigo. Mais grave ainda, 33,7% delas (contra 14,1% deles) disseram sentir que a “vida não vale a pena”.

    “Calcula-se que 50% dos transtornos mentais dos adultos começam antes dos 14 anos, na adolescência, uma época de intensidade emocional, maturação do cérebro e descontrole emocional, que pode trazer à tona problemas”, afirmou o gerente da pesquisa, Marco Antonio de Andreazzi. “E a pandemia afetou isso de maneira muito séria, o impacto ainda será verificado nos próximos anos.”(Do Estado de SP)

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