• Corregedoria da PM esteve na P-1 de Avaré para ouvir presos do PCC que pagavam PMs da Rota

    2767 Jornal A Bigorna 21/01/2025 17:50:00

    A Corregedoriada PM esteve Penitenciária Dr Paulo Luciano Campos, em Avaré - interior de São Paulo - para tomar o depoimento de um líder do PCC, um dos chefes da ‘Sintonia Restrita’ do PCC, sobre a morte de Gritzbach. A PM queria ouvir Valter Lima Nascimento, o Guinho, mas diligência acabou frustrada. Segundo o registro da oitiva, o faccionado disse que “não tinha interesse em contribuir com as investigações e se negou a assinar qualquer documento”. “Me sinto lisonjeado, mas não vou poder colaborar”, disse Guinho aos policiais que o procuraram.

    Valter Lima Nascimento foi preso no início de 2023, quando seu nome constava na lista dos 15 traficantes mais procurados de São Paulo. Ele era considerado o braço direito de Fuminho, principal fornecedor de drogas para o PCC. Ele é apontado como o responsável por planejar um ousado plano de resgate do chefão da facção, o Marcola, que envolvia o uso de aeronaves, blindados e metralhadoras.

    Guinho está decretado pela facção - há uma sentença de morte do PCC contra ele. Ele e outros bandidos teriam participado de uma videoconferência para discutir o sequestro de Moro. Um dos bandidos gravou o encontro e quando foi preso, o material caiu nas mãos do Ministério Público. Em razão do “vacilo”, dois dos participantes da reunião - Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê - foram mortos perlo PCC em 17 de junho dentro da penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Guinho só não teria morrido porque pediu “seguro” e está separado dos demais presos, em Avaré.

    O faccionado preso em Avaré era o suspeito de fazer os pagamentos do PCC para o grupo de PMs da Rota. Tinha uma mesada que começou em 2021, depois que os PMs tiveram contato com a delação de Emilvaldo da Silva Santos, o BH. BH era da cúpula da facção e recebeu a missão de resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, da prisão. Como falhou, ele foi “decretado” pelo PCC. Em razão disso, após ser preso, concordou em assinar uma colaboração premiada e hoje está no programa de proteção a testemunhas.

    Além de matar Gritzabach, policiais militares investigados teriam recebido a missão de localizar BH e entregá-lo ao PCC. Ao todo, os bandidos do PCC teriam colocado R$ 5 milhões à disposição dos PMs em troca das informações sobre as operações e da localização de BH.

    A facção também teria encomendado para um PM dois assassinatos na zona leste de São Paulo - Galo Cego e Cabelo Duro. Ambos foram executados com dezenas de tiros de fuzil, em ações semelhantes à que vitimou Gritzbach no aeroporto de Guarulhos.

    Os PMs também teriam recebido dinheiro para frustrar as prisões do traficante Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, e de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta. Ambos estão na lista de beneficiários das informações vazadas pelos policiais investigados. Cebola era um dos líderes do tráfico de drogas do PCC enquanto Tuta era o responsável pela facção nas ruas. Cebola está foragido; Tuta, desaparecido.(Do estado de SP/Com BBC)

     

     

     

     

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