• Contrabando garante até 185 toneladas de mercúrio para extrair ouro no Brasil em 5 anos

    466 Jornal A Bigorna 04/06/2024 19:00:00

    Um estudo do Instituto Escolhas revela que até 185 toneladas de mercúrio de origem desconhecida podem ter sido utilizadas para a produção de ouro em garimpos brasileiros entre 2018 e 2022.

    Neste período, a produção de ouro em garimpos subiu. No entanto, importação de mercúrio diminuiu, e o Brasil não é produtor do metal.

    “Esse dado preocupa porque revela uma enorme falha do controle oficial sobre o comércio de algo que representa um grave perigo à saúde humana e ao equilíbrio ambiental. O Brasil precisa se comprometer com o fim do uso do mercúrio e, até que isso ocorra, o mínimo que se espera é um controle rígido sobre o mercúrio que ainda circula no país”, alerta Larissa Rodrigues, pesquisadora do Escolhas e responsável pelo estudo.

    Segundo a publicação “De onde vem tanto mercúrio?", de 2018 a 2022, 127 toneladas de ouro foram registradas em áreas com permissão de lavra garimpeira no Brasil.

    Para a fabricação desta quantidade de ouro, o instituto estimou que foram utilizadas entre 165 e 254 toneladas de mercúrio. No entanto, de acordo com os dados oficiais, o país importou apenas 68,7 toneladas do metal.

    Isso indica que entre 96 e 185 toneladas de mercúrio podem ter origem ilegal.

    Entre 2002 e 2022, as exportações de ouro brasileiro saíram de 35 toneladas para 96 toneladas por ano e as áreas de garimpos saíram de 68 mil hectares para 224 mil hectares.

    Rodrigues pontua que, entre 2002 e 2022, as exportações de ouro brasileiro saíram de 35 toneladas para 96 toneladas por ano e as áreas de garimpos saíram de 68 mil hectares para 224 mil hectares.

    “Os garimpos não deixaram de usar mercúrio na extração de ouro nessas duas décadas, mas as importações oficiais de mercúrio no país caíram de 67 toneladas para 15 toneladas por ano naquele mesmo período. A conta não fecha e tudo aponta para uma ampliação do comércio ilegal de mercúrio no país”, destaca a pesquisadora.

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