Hugo já era um cara adulto, casado com Estela e pai de dois golden retrievers: Scooby e Homer.
Certa tarde, quando chegou do trabalho, se dirigiu até a cozinha, onde sua esposa fazia o jantar e decidiu comentar sobre uma conversa que ouviu no escritório:
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TRÊS SEMANAS DEPOIS
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Assim que Hugo chegou em casa, percebeu que Estela estava perturbada, e os cachorros - geralmente calmos e gentis - estavam atiçados.
Hugo, sabendo que aquela discussão iria muito longe se permitisse, e querendo precaver-se de uma noite mal dormida, já que no dia seguinte iria levantar cedo para uma viagem de negócios, logo propôs que testassem a questão da vela. Ele sabia em seu íntimo, que aquilo tudo não passava de uma idiotice, lenda urbana clássica, por assim dizer.
Cerca de cinco minutos depois, Estela já havia providenciado tudo e chegou a tempo de ver Hugo retirando o tapete que recebia a todos que chegassem na residência do Sr. e da Sra. Zanardi com uma frase bem humorada: “Cuidado com os donos. Os cachorros são do bem!”
Percebendo que as cadeiras já estavam postas lado a lado bem de frente para a porta, sentou-se ereta e assistiu ao marido preparar todo o resto para a experiência.
Após abrir a porta da sala, acender a vela e posicioná-la bem no centro da mesma, Hugo sentou-se ao lado de sua esposa e, como quem não queria nada, calmamente disse:
Como esperado, nada aconteceu com a vela, que manteve-se exatamente como e onde estava.
Ainda assustada com a experiência realizada na sala de estar de sua casa, Estela perguntou ao marido, que a olhava com ar de riso:
Mas antes que Hugo pudesse sequer arquitetar uma resposta que não desagradasse Estela, o que lhe garantiria uma noite tranquila de sono, uma voz maligna e gélida respondeu a pergunta bem próximo ao ouvido dos dois:
*Por José Renato Fusco. É Advogado, Jornalista e Escritor