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José Carlos Santos Peres
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O silêncio agudo do bico
interroga a curvatura d`agua;
desconcertando a paisagem
pontua o lago - esgarçado tecido -
refletindo céu de abril;
Do bico que estreita a âncora
de navio em plumas
a ave desliza a delicadeza
de um não-estar.
O que sabe a garça da tarde derreada
quando a floresta apascenta
segredos e tumultos?
Eis então que ave se basta e se alça:
giz solto na arquitetura azul...
Que caça para a garça é só detalhe.