Montou fustigou Pégasus e desencarnou os sentidos
Partiu entre as aspirais do ciclone florescente
Completando a travessia à flor da metamorfose
E foi clarão no eclipse.
Vagou e girou pelo cosmos numa órbita analítica
E transcendeu sendo alma, as fronteiras, os limites
Que separam as dimensões, neófito, ainda discípulo.
E deslizou entre as ondas percorrendo os oceanos
E levitou como um mago no dorso equino alado
E ecoou como um cântico.
Derramou-se quando água, estendeu-se quando terra
E quando ar se fez brisa
Tragou na viagem astral o seu aspecto lógico
E se encheu de encantos, e explodiu num relâmpago.
Permaneceu, avançou e retrocedeu nos séculos
Oscilando como pêndulos nos epílogos das épocas
E desvendou os segredos que unem as existências
E mistificam a corrente: elo morte, elo vida...
Essa alternação perfeita que divide em capítulos
O abstrato e o concreto com um poder infinito.
Decifrou os hieróglifos delirando em absintos
E na razão gradativa viu as normas geométricas
Regendo o universo forjando almas e espíritos.
E entendeu as mensagens pregadas pelos apóstolos
Compreendeu os enigmas daqueles velhos profetas
E não foi mais expressão, outra vez se fez semente
Que germinou e esqueceu para que fosse cumprida
Não a vontade dos homens, mas, os desígnios de DEUS.
-----------------------
Maurício de Barros
-----------------------