Poema da Semana CHUVACASA
de Cleber Antonello
Uma narrativa do psique humano sobre os medos e paranoias, onde numa crise o único desejo é que tudo passe o mais rápido.
"Chuvacasa"
A porta rangia
E a chuva caía
Os trovões amedrontam
...E eu com meus medos
E paranóias
Parecia que a casa
Estava em sintonia com a chuva
E distorcem minhas percepções
E as janelas?
Não paravam de bater
Toc, toc, toc...
Na minha cabeça!
A única sensação era...
Alguém vai invadir!
Mas não, era só o vento
E uma amargura
Que atravessava a fissura das portas
Reproduzindo um assovio
Aterrorizante
Dos meus piores pesadelos
Vou dormir antes do amanhecer?!
Não consigo...
Quero esquecer essa noite
E me adormecer em sudorese
E não posso levantar
Estou hipnotizado
Agarrado em minha cama
_ Está tudo bem....
Isso é normal!
Não, não e e não estou bem!
Deixem minha vida em paz
O que querem de mim!?
Me tragar
Como se eu fosse um fumo
Uma fumaça intoxicante
O som da chuva no telhado
Tinha que me acalmar...
O que está de errado!?
Alguém pode me responder
Tem alguém por aí?
No momento não!
Realmente estou sozinho
Apreensivo e em crise.
Esperando o pânico
Dessa chuva passar...
Enquanto a água penetra
Por debaixo da porta
Sinto o frio dessa madrugada
Que será longa
E terá fim!
Cleber Antonello – 20/04/2004