“Bad Boy”: policiais presos citaram novo chefe da Civil na Grande SP

O novo diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) — que coordena toda a Polícia Civil da região metropolitana de São Paulo — foi mencionado, em uma interceptação telefônica, por dois policiais presos sob a suspeita de envolvimento no assassinato do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, executado em 8 de novembro do ano passado.

Luiz Carlos do Carmo, conhecido nos bastidores da polícia como “Bad Boy”, foi um dos delegados designados pelo secretário da Segurança Pública Guilherme Derrite, nesta segunda-feira (10/2), para assumir a coordenação de importantes departamentos da Polícia Civil Paulista.

A “dança das cadeiras” ocorre após uma série de escândalos de corrupção e violência envolvendo as polícias Civil e Militar.

Os policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, o Xixo, e Eduardo Lopes Monteiro, sobrinho da ex-corregedora da instituição, estão presos preventivamente, suspeitos de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção da qual teriam recebido propina para arquivar investigações sobre tráfico de drogas e homicídios.

Em uma conversa entre os dois  — interceptada pela Polícia Federal (PF) pouco antes das eleições para o governo estadual — Eduardo Monteiro fala sobre o desejo de que o delegado Bad Boy fosse indicado para o cargo de delegado geral.

“O delegado geral pode ser um delegado amigo, né? Amigo nosso, né? Chega de ser amigo dos outros, tem que ser amigo nosso, colado em nós”, argumenta.

A opinião dele é referendada por Xixo, que acrescenta ter se reunido com Bad Boy, mostrando a suposta proximidade do novo diretor do Demacro com os policiais corruptos.

Para assumir o Demacro Luiz Carlos do Carmo deixou o Deinter 6, departamento responsável pela gestão das delegacias da Baixada Santista, que foi assumido por Flávio Ruiz Gastaldi; Júlio Guebert deixou o Demacro para ficar à frente do Departamento de Administração e Planejamento (DAP) e Marcelo Jacobucci é o novo diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol).

Derrite manteve nos cargos o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, e o comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas.(Do Metrópoles)