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    Palanque do Zé #151 – Seriam os que contraíram COVID-19, os leprosos do Século XXI?

    1572 Jornal A Bigorna 28/06/2021 12:10:00

    “Lepra, doença de Hansen ou hanseníase é uma infeção crônica causada pelas bactérias Mycobacterium leprae ou Mycobacterium lepromatosis. A infeção geralmente não manifesta sintomas durante os primeiros 5 a 20 anos. Gradualmente, vão-se desenvolvendo granulomas nos nervos, trato respiratório, pele e olhos. Isto pode resultar na diminuição da capacidade de sentir dor, o que por sua vez pode levar à perda de partes das extremidades devido a lesões ou infeções sucessivas que passam despercebidas ao portador. Estes sintomas podem também ser acompanhados por diminuição da visão e fraqueza.”, de acordo com a Wikipédia.

    Como se sabe, nos dias de hoje, a lepra é curável e tem baixíssima capacidade de contágio, tanto que qualquer país civilizado deixou de segregar os portadores da doença.

    Mas não foi sempre assim, já que a lepra afetou a Humanidade durante milhares de anos, o que obrigava as nações a manterem os chamados leprosários.

    “Leprosário”, como você já deve estar imaginando, era o nome atribuído aos estabelecimentos para os quais as pessoas contaminadas com lepra eram mandadas. O objetivo era isolá-las socialmente, para que fosse possível conter a disseminação da doença.

    Atualmente só existem leprosários na Índia, China, e África.

    Naturalmente, o preconceito contra os leprosos era tão grande, que chegou até as páginas da Bíblia. Eis apenas três dos inúmeros exemplos que encontrei:

    “E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.” Mateus 8:3.

    “Vendo, pois, o sacerdote a carne viva, declará-lo-á por imundo; a carne é imunda; é lepra.” Levítico 13:15.

    “Para ensinar quando alguma coisa será imunda, e quando será limpa. Esta é a lei da lepra.” Levítico 14:57.

    E as coisas não estão muito melhores desde então. Tanto que até os dias de hoje, termos como “leproso”,  “lazarento” e “morfético” são tidos como ofensivos.

    Dito tudo isso, é claro que o título dessa coluna é uma provocação. Mas que não deixa de fazer sentido.

    Eu, por exemplo, ao descobrir que peguei COVID-19, imediatamente me impus um isolamento social de 21 dias, tempo máximo que a ciência determina para os portadores da doença se resguardarem, já que após o período, o vírus existente no corpo dos contaminados é incapaz de ser transmito para outra pessoa.

    Fiz diversos exames e três médicos me garantiram que eu estou curado e que não transmito mais COVID-19.

    Mas, mesmo assim, senti em diversas oportunidades, que algumas pessoas me evitaram.

    Alguns amigos que também se contaminaram relataram o mesmo.

    Como me sinto em relação ao assunto? Indiferente, uma vez que tal atitude só serve para comprovar a tese de que a maioria das pessoas é ignorante quanto ao ensinamentos científicos.

    As pessoas que evitam contato com os que já encerraram a quarentena são as mesmas que repassam fake news sobre a eficiência das vacinas ou que não as toma por motivos políticos.

    Um “efeito colateral” dessa atitude de algumas pessoas, entretanto, me é benéfico: Consigo, mais do que nunca, saber quem é quem.

     

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