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    Palanque do Zé #104 - A internet é realmente livre?

    2633 Jornal A Bigorna 26/07/2020 12:10:00

    Palanque do Zé

    Com o advento do Marco Civil da Internet, os internautas brasileiros mais otimistas passaram a acreditar que a Rede Mundial de Computadores seria justa com seus usuários no sentido de propiciar acesso sem limitações de velocidade por tipo de conteúdo.

    Isso até acontece, pois os provedores não podem mais limitar a velocidade com que determinado site ou conteúdo será carregado.

    Mas o principal foco do Marco Civil da Internet era garantir uma rede neutra, o que não acontece, definitivamente.

    E isso se dá por dois motivos principais: O primeiro e mais importante é porque as grandes corporações da Internet não são brasileiras, então a grandiosa parte das regras não se aplicam a elas, na prática. O segundo motivo é porque os autores das regras de cada site não são neutros por essência, afinal, o trabalho deles é puxar a sardinha pro lado que lhes interessa.

    Explico na prática: O Facebook, por exemplo, precisou impedir que mensagens de spam não se propagassem na rede social, porque elas atrapalham a usabilidade do site, o que por consequência irrita o usuário, que acaba se afastando, e aí eles perdem dinheiro.

    Até concordo com esse pensamento, afinal, ninguém quer ficar vendo propagandas de emagrecimento fakes, certo?

    Mas a falta de discernimento do Facebook baniu uma publicação minha, porque escrevi em diversos posts, mas com links diferentes ao longo de vários dias: “Minha nova coluna tá lá no Jornal A Bigorna! Corre ler”. Para eles, isso é spam. Pra mim, é censura.

    A grande verdade é que as autoridades devem saber separar o que é crime, do que é besteira. Você não pode incentivar as pessoas a matarem gays, por exemplo. Mas você também não pode impedir as pessoas de dizerem besteiras do tipo "a Terra é plana", porque isso é censura.

    O problema é que os grandes conglomerados - Facebook, Google e Microsoft - sozinhos, tem o condão de criar novas regras de acordo com os seus interesses, ferindo a neutralidade da rede.

    As alternativas são, basicamente, desconhecidas do grande público. Você pode, por exemplo, usar o Twitter ou o Parler para se socializar, o Telegram para mandar mensagens e o Duck Go Go para fazer pesquisas na rede mundial de computadores.

    Mas a verdade é uma só: Seus amigos não estão todos no Twitter, Parler e Telegram, bem como o Duck Go Go não é tão eficiente quando o Google. Mas não é por isso que precisamos ficar tão presos às empresas de sempre, ou que precisamos pensar como elas gostariam, não é mesmo?

    Por isso e muito mais, que tento sempre dar uma chance para as alternativas que surgem no mercado. Agora estou na vez de tentar usar o Parler, uma rede social que encantou os Presidentes Bolsonaro e Trump, que tiveram alguns de seus posts apagados no Twitter e Facebook.

    De acordo com o próprio site: “Parler é uma plataforma social imparcial, focada no diálogo aberto e no envolvimento do usuário. Permitimos a liberdade de expressão e não censuramos idéias, partidos políticos ou ideologias. Protegemos sua privacidade e nunca venderemos seus dados pessoais”.

    E as regras da rede social são simples, diretas e objetivas. Se você não fizer a divulgação de dados pessoais de terceiros, apologia à violência contra animais, apologia ao tráfico de pessoas e à escravidão sexual, apologia ao terrorismo e organizações consideradas terroristas pelo governo dos Estados Unidos, calúnia e difamação, chantagem, nudez e pornografia ou postar conteúdos que violam direitos autorais, ficará tudo bem.

    Sempre acreditei que menos é mais, ou seja, quanto menos pormenores um acordo tiver, mais chances ele tem de ser cumprido, e os termos de uso do Parler se enquadram nisso perfeitamente.

    Aliás, me segue lá! Procure por “@zefusco” e vamos conversar sem que o Mark Zuckerberg fique sabendo!

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